A China se consolida como um dos principais parceiros comerciais do Brasil e exerce papel estratégico em Santa Catarina, segundo maior destino das exportações brasileiras. O gigante asiático também investe em projetos como o megacomplexo logístico de Araquari.
Nos últimos 14 anos, os investimentos chineses somaram cerca de US$ 66 bilhões no Brasil, com foco em energia, infraestrutura, agronegócio e tecnologia. Na área de logística, os aportes ultrapassaram US$ 25 bilhões desde 2019, com destaque para projetos como o Porto de São Luís (MA) e a Ferrovia de Integração Oeste-Leste (FIOL). A China também demonstra interesse na Ferrogrão, ferrovia estratégica para o agronegócio.
A indústria automotiva elétrica ganha força, com as fábricas da BYD e da GWM, que iniciarão a produção de veículos híbridos e elétricos na Bahia e em São Paulo a partir de 2025, promovendo a reindustrialização e a geração de empregos. Enquanto isso, o Porto de Itajaí tem se consolidado como a principal porta de entrada dos veículos importados da China no mercado brasileiro.
Além do comércio, Brasil e China mantêm cooperação em fóruns multilaterais, como o BRICS. O desafio, no entanto, é garantir que os investimentos promovam desenvolvimento sustentável, com transferência de tecnologia e respeito à legislação ambiental. Impulsionados pelo plano de desenvolvimento chinês, os aportes devem crescer ainda mais, o que exige do Brasil políticas públicas que equilibrem os interesses nacionais e o capital estrangeiro.
Logistique Summit traz discussões globais para SC
Essa parceria bilateral, consolidada e bem-sucedida, estará no centro das discussões do primeiro dia do Logistique Summit, que ocorre em 12 de agosto, durante a edição 2025 da Feira Logistique. O diretor-geral do evento, Leonardo Rinaldi, e a diretora-executiva, Karine Marmitt — ambos recém-chegados de missão na Ásia — alinharam estratégias e definiram pautas para o seminário.
“O Logistique Summit e a Logistique estão plenamente alinhados com as tendências globais nos contextos político e econômico. A relação comercial entre Brasil e China será amplamente debatida”, afirma Leonardo.
Por três dias, de 12 a 14 de agosto, o Logistique Summit será o principal espaço de conteúdo da Feira Logistique, reunindo executivos, líderes empresariais, embarcadores, portos, armadores e especialistas para discutir os rumos do comércio e da logística no Brasil e no mundo.
Diante de transformações tecnológicas, instabilidades geopolíticas e da crescente necessidade de integração inteligente e sustentável, o Summit propõe uma visão estratégica, realista e colaborativa para os próximos anos. Entre os temas em pauta estão a geopolítica e as cadeias globais de valor, macroeconomia e comércio exterior.
A programação inclui ainda debates sobre transformação digital, logística 5.0, novas tecnologias — como inteligência artificial, rastreabilidade, dados em tempo real e automação de processos — além de integração multimodal, desafios para destravar o potencial logístico nacional, ESG e descarbonização.
Networking estratégico
Mais de 1.400 líderes do setor logístico — incluindo embarcadores, operadores logísticos, armadores, representantes de portos, gestores públicos e profissionais da indústria, comércio e tecnologia — participarão do fórum técnico, com insights que conectam decisões a ações práticas.
A curadoria do conteúdo do Summit está focada em temas que ajudem executivos e tomadores de decisão a definir estratégias de negócios, melhorar a eficiência logística e adaptar-se às dinâmicas globais. Entre os palestrantes confirmados está Thiago de Aragão. Ele trará uma análise geopolítica dos movimentos globais que influenciam diretamente o comércio e a logística internacional, contextualizando o Brasil dentro desse cenário de transição e reposicionamento econômico.
A programação foi desenvolvida de forma integrada à Feira Logistique, proporcionando uma jornada completa de conhecimento, networking e oportunidades de negócios em um dos destinos mais modernos do país: Balneário Camboriú.