Indústrias de SC já sentem efeitos do incremento das tarifas


O segundo dia da imersão Tarifaço Trump, promovida pela Federação das Indústrias de SC por meio da Academia FIESC de Negócios, trouxe a experiência do Grupo Rohden e da Portobello America. Confira os principais destaques dos cases:

O CEO da Rohden, Jorge Luís Rohden, explicou que a empresa é a maior exportadora de portas do país para os Estados Unidos. Em 2024, a Rohden despachou para os Estados Unidos 1.383 contêineres, o que faz da empresa a primeira no ranking dos maiores exportadores de portas por via marítima ao mercado norte-americano.

Ele destacou que o ritmo dos pedidos vem caindo, com os clientes em compasso de espera, diante da incerteza. Mas não é só a falta de clareza que motiva a redução dos pedidos. Por conta de gargalos logísticos no segundo semestre de 2024, e com a normalização das viagens marítimas de novembro em diante, os estoques dos clientes estão em nível elevado.

Com o apoio do Observatório FIESC, a empresa acompanha de perto o impacto das tarifas sobre os negócios. Isso se dá pelo monitoramento de diversos indicadores econômicos e de inteligência de mercado de seu principal parceiro externo.

“Para a Rohden, a informação rápida e de qualidade é essencial para a tomada de decisão. O relacionamento muito próximo com nossos principais clientes nos Estados Unidos também tem nos permitido entender as mudanças na perspectiva deles, e assim ajustarmos a nossa atuação”, afirmou.

Informação estratégica é especialmente relevante para a companhia, já que o principal produto da pauta exportadora da empresa está na lista da investigação sobre o impacto das importações de madeira e seus derivados sobre a segurança dos EUA – um dispositivo criado para defender a segurança nacional norte-americana, a chamada seção 232 e que resultado em tarifas ainda mais altas, a exemplo do aço.

Para o CEO da Portobello Americahttps://fiesc.com.br/pt-br/imprensa/cadeia-florestal-acompanha-desdobramento-do-pacote-tarifario, João Oliveira, embora exista um movimento de busca por fornecedores nos Estados Unidos para substituir em parte as importações, o processo até a formalização de negócios é lento. A empresa já foi abordada por um cliente que busca uma opção local para substituir produtos atualmente comprados da Espanha. De acordo com ele, apenas 30% do consumo norte-americano de porcelanato e revestimentos cerâmicos é produzido localmente. Os demais 70% têm origem na Índia e em países europeus, como Espanha e Itália.

“A tendência de valorização e do aumento da produção interna nos EUA deve prevalecer no longo prazo. Já há um grande movimento de valorização dos produtos Made in USA, com a bandeira americana em lugar de grande destaque no marketing das empresas com fabricação local.”

Durante o segundo dia da imersão, a FIESC apresentou também um estudo exclusivo da área de desenvolvimento industrial que traça os possíveis cenários decorrentes dos efeitos do tarifaço do governo norte-americano. O documento apontou os destinos possíveis e prováveis do excedente de exportações chinesas, considerando os custos de importação para esse novo destino, o potencial de mercado e também se já existem vendas chinesas daquele produto para o novo país.

 

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