Motor do PIB nacional, os corredores logísticos da chamada Rota Agro (BR-060/364/GO/MT), agora serão operados pelo Consórcio Rota Agro Brasil. No leilão promovido pelo Ministério dos Transportes, nesta quinta-feira (14), a empresa ofereceu o maior desconto sobre a tarifa básica de pedágio de 19,70% e se comprometeu a investir R$ 7,26 bilhões para administrar o trecho de 490 quilômetros entre os estados de Goiás e Mato Grosso pelos próximos 30 anos. Este foi o 16º certame promovido pela pasta, com recorde de cinco investidores que disputaram o projeto.
“Os leilões têm tido alta adesão, com o maior nível de concorrência dos últimos anos. Entre 1998 e 2022, o Brasil recebeu R$129 bilhões em investimentos privados em rodovias. De 2023 até agora, contratamos R$176 bilhões, superando esse total. Estamos em um momento histórico de investimentos”, afirmou o ministro dos Transportes, Renan Filho.
Em função do alto volume de veículos que passam pelas estradas, as melhorias na infraestrutura são muito aguardadas pelo mercado, uma vez que unem o aprimoramento de dois setores – o de transportes e o do agronegócio -, para otimizar a distribuição de alimentos pelo Brasil e para o exterior.
“Do campo ao prato, passamos pelas estradas em diversos momentos: desde a produção, na colheita e no transporte para processamento, até o trajeto final dos alimentos até as casas das pessoas. Isso evidencia a importância das rodovias”, completou Renan Filho.
Segundo dados da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA), o PIB do agronegócio brasileiro pode alcançar R$3,79 trilhões em 2025, sendo R$2,57 trilhões no ramo agrícola e R$1,22 trilhão no pecuário. Considerando essa projeção, estima-se que a participação do setor na economia fique próxima de 29,4% neste ano, acima dos 23,5% registrados em 2024.
“Não poderia deixar de destacar a relevância dessa rota, que liga duas potencialidades gigantes da agropecuária brasileira: Rondonópolis (MT) a Rio Verde (GO). Investir em rodovias e ferrovias é trazer competitividade para o setor. O campo pode continuar produzindo e crescendo, porque a infraestrutura avança na mesma velocidade”, pontuou o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro.
Um dos principais gargalos a ser superado atualmente nas BRs 060/364/GO/MT está relacionado à ampliação da capacidade rodoviária nos estados, devido ao intenso tráfego de caminhões e carros que dividem o trajeto. O Representante Consórcio Rota Agro Brasil, Gabriel Freire, reforçou o compromisso com a execução das intervenções nas estradas.
“Nos consideramos uma empresa goiana e, agora, também somos mato-grossense. Vamos contribuir muito mais com o desenvolvimento dos estados de forma sustentável e inclusiva. Um planejamento bem realizado para essas rodovias refletirá diretamente na distribuição de importantes produtos para a nossa economia e na mobilidade da população”, disse.
O Consórcio Rota Agro Brasil é liderado pela Azevedo & Travassos Infraestrutura, que também administra as BRs-060 e 452, no trecho estratégico para o escoamento de grãos no estado de Goiás, ligando Goiânia, Rio Verde e Itumbiara, conhecido como Rota Verde. Além do setor de transportes, a Azevedo & Travassos atua também nos segmentos de saneamento ambiental e óleo e gás.
Também integram o consórcio as empresas Camaçari Fundo de Investimento e Participações Multiestratégia, Sobrado Construção Ltda. e Gai Construção e Comércio Ltda.
Entre as inovações do edital estão descontos progressivos no pedágio, de acordo com a frequência de uso pelos motoristas da via, além do compromisso com o Programa Carbono Zero no setor de logística.
Conexão Centro-Oeste
Em Mato Grosso, o lote rodoviário da Rota Agro contempla cinco municípios, exercendo influência sobre a cidade de Rondonópolis, localizada na região sudeste do estado, a 210 quilômetros da capital Cuiabá, com 245 mil habitantes e o segundo maior PIB local. O corredor é uma conexão essencial entre os grandes centros metropolitanos produtores e os portos do Brasil.
Ciente de que investimentos em infraestrutura e logística contribuem para o desenvolvimento socioeconômico regional, até o fim de 2025 o Ministério dos Transportes vai alocar R$502,1 milhões em Mato Grosso, um aumento de cerca de 77% em comparação ao governo anterior, que aportou R$283,8 milhões em 2022.
Já em Goiás, a rodovia passa pelas cidades de Rio Verde, Jataí, Mineiros, Portelândia e Santa Rita do Araguaia. Berço do agronegócio brasileiro e um dos maiores produtores de grãos do país, especialmente soja e milho, o estado receberá em 2025 R$396,7 milhões em investimentos nos transportes.
“Há muito tempo esperávamos por uma solução para essa rota, que, além de ter grande importância econômica para garantir a competitividade da região — hoje a maior produtora do nosso estado e uma das mais produtivas do Brasil —, é também uma área que, ao longo de tantos anos, tem enfrentado uma série de tragédias devido ao intenso tráfego na rodovia BR 364″, observou o vice-governador Goiás, Daniel Vilela.
“Reconheço a dedicação que o Ministério dos Transportes tem demonstrado ao estado. O ministro Renan é, sem comparação, o que mais fez entregas em Goiás e que ainda fará muito mais durante o seu mandato”, finalizou Vilela.
O leilão da Rota Agro recebeu propostas iniciais de cinco grupos: Consórcio Rota Agro Brasil (17,18%), Way Concessões (16,10%), EPR (10,80%), Rota do Cerrado (10,55%) e VF Gomes (sem desconto).
Esse foi o certame da União com o maior número de propostas desde 2023. A diferença entre as ofertas levou a disputa para a etapa de viva-voz, que contou com mais de 20 lances e variações de 0,10% entre a Way Concessões e o Consórcio Rota Agro Brasil. Ao final, o consórcio venceu, oferecendo 19,70% de desconto sobre a tarifa de pedágio.
A expectativa do Governo Federal é que o avanço da Rota Agro gere reflexos diretos no crescimento do Brasil, estimulando empregos, comércio e investimentos com outros países.