A primeira etapa do Porto Hack Santos 2025, realizada pela ABTRA no último fim de semana, marcou a história da competição com números inéditos e se firmou como o maior evento de inovação aberta do setor portuário. Foram 260 competidores, 70 mentores, 40 jurados e 50 voluntários de apoio reunidos 100% on-line, interconectados por mais de 58 horas ininterruptas. As equipes encararam um desafio estratégico: aplicar inteligência em um modelo simulador de Port Community System (PCS), contando com um toolkit inédito de APIs, dados simulados e interações entre players da cadeia logística portuária.
As atividades começaram três dias antes da jornada, com uma sala de aula avançada, que preparou os times pra enfrentar a fragmentação de informações entre diferentes órgãos e sistemas no porto, que ainda dependem de e-mails, planilhas e processos manuais. Só pra liberar a atracação de um navio, 15 atores diferentes trocam informações em sistemas distintos, o que gera atrasos, retrabalho e prejuízo.
A competição reuniu 61 times inscritos, dos quais 58 confirmaram presença na largada. Ao longo da jornada, 45 equipes mergulharam na plataforma e 25 chegaram até a etapa final de submissão de projetos. Os participantes, com idades entre 18 e 57 anos, mostraram diversidade também na liderança: entre os dez times finalistas, 37% são mulheres e quatro equipes são comandadas por líderes femininas. Para Marco Riveiros, fundador do Instituto AmiGU e organizador da jornada, os competidores tiveram a chance de transformar ideias em projetos reais. “Cada um chegará à final do Porto Hack Santos como prova viva de que a força da comunidade, somada à vontade de inovar, é capaz de mover até o maior dos portos.”
Os projetos que conquistaram vaga na final foram desenvolvidos por universitários de diferentes instituições de ensino. Confira as equipes: Al-Caisrítmicos (FATEC Santos), Cassandra (FATEC Registro), Cybernautica (UNIP + FATEC Santos), Legião Dev das Docas (FATEC Santos + IFSP Cubatão), Portotech (FIAP + UNIP + Anhembi Morumbi), Brainstorming (UNISANTA), Codetec (FATEC Registro), Guará Vermelho (IFSP Cubatão), Piratas do Algoritmo (UNISANTOS) e Smartport (SENAI Santos).
Segundo as próprias equipes, quatro objetivos em comum guiaram sua participação no Porto Hack Santos: aprender na prática com desafios reais, ganhar experiência em inovação portuária, transformar o conhecimento acadêmico em soluções concretas e ampliar conexões.
PRÓXIMA ETAPA – As dez finalistas vão apresentar seus protótipos, ao vivo, no próximo dia 13 de outubro, no auditório do Sindicato dos Despachantes Aduaneiros (SDAS), em Santos, para uma banca de jurados de peso, com representantes do MPor, APS, ANTAQ, entidades setoriais, empresas do setor portuário e de tecnologia. Nesse dia é que serão anunciadas as três equipes vencedoras e os prêmios para cada uma delas: R$ 10 mil (1º lugar), R$ 7 mil (2º lugar) e R$ 3 mil (3º lugar).
No entanto, o maior prêmio vai mesmo pra todos os participantes. Cada um deles vai receber um portfólio digital com habilidades do tipo capacidade de liderança, desembaraço e resiliência, reveladas durante a jornada. Essas competências vão além do currículo comum e podem abrir novas portas no mercado de trabalho.
“Por isso a gente diz que no Porto Hack Santos todo mundo sai ganhando. Os competidores têm a chance de viver a inovação e se aproximar do porto, e a comunidade portuária pode se abrir para novas soluções e garimpar futuros profissionais que vão ajudar a construir o futuro dos portos”, conclui Angelino Caputo, presidente-executivo da ABTRA.