As importações brasileiras de produtos químicos voltaram a bater recorde mensal, de US$ 8,3 bilhões em julho, segundo relatório de comércio exterior da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim). O valor embute crescimento de 57,3% ante julho do ano passado e de 4,5% ante junho.
Além do impacto dos preços mais elevados, volumes superiores de compras no exterior contribuíram para o recorde. No mês passado, foram importadas pouco mais de 6 milhões de toneladas de produtos químicos, com expansão de 5,8% frente a junho e de 13,8% na comparação anual.
Ao mesmo tempo, as exportações recuaram 9,5% no mês passado ante junho, para US$ 1,53 bilhão. Em volume, a queda foi de 13,9%, a 1,2 milhão de toneladas.
Segundo a Abiquim, as importações acumuladas entre janeiro e julho somam US$ 46,9 bilhões, 54,5% acima do registrado no mesmo período do ano passado, contra US$ 10,3 bilhões em exportações, alta de 34%. Preços em média 40% mais elevados nos sete primeiros meses deste ano explicam o crescimento dos valores.
Com isso, o déficit na balança comercial de produtos químicos disparou 70,3% de janeiro a julho, para US$ 36,5 bilhões. Em 12 meses, o saldo negativo chegou ao recorde de US$ 60,1 bilhões e, conforme a Abiquim, pode superar a “grave marca” de US$ 65 bilhões em 2022.
Em nota, a diretora de Assuntos de Comércio Exterior da Abiquim, Denise Naranjo, ressalta a necessidade de o Brasil avançar em uma política de Estado voltada à indústria.
“Reiteramos nosso compromisso setorial em apoiar os governos na elaboração de políticas públicas que façam frente aos desafios estruturais da competitividade, com foco na melhoria do ambiente de negócios, e no comércio justo e leal”, afirmou.
Fonte: Valor Econômico