Acordos comerciais terão impacto de R$ 1,7 trilhão no PIB até 2040, prevê Secex


As negociações da rede de acordos comerciais do Mercosul com União Europeia, Associação Europeia de Comércio Livre (EFTA), Canadá, Coreia do Sul, Singapura, Indonésia e Vietnã terão impacto positivo de 1,4% no PIB brasileiro, além do aumento nos investimentos, na corrente de comércio, na massa salarial e na queda dos preços ao consumidor. Em termos monetários, os ganhos acumulados no PIB chegam a R$ 1,7 trilhão no período de 2021 a 2040, ano em que se estima que os acordos estarão implementados por completo.

As estimativas são da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério da Economia (ME), que divulgou na quarta-feira (26/5) os resultados agregados das análises de impacto dos acordos comerciais concluídos e em negociação pelo governo brasileiro. Os resultados das simulações foram obtidos pela equipe de inteligência da Secretaria, a partir de um modelo de equilíbrio geral, e fazem parte da nova série de publicações “Acordos Comerciais” da Secex.

A partir de premissas sobre os comportamentos dos agentes econômicos (firmas e famílias), modelos de equilíbrio geral procuram entender quais seriam os impactos das políticas de abertura comercial ou da negociação de acordos comerciais sobre as principais variáveis macroeconômicas de uma região. Além disso, esses modelos são ditos “de equilíbrio geral” porque não se limitam a estudar os impactos diretos destas políticas. Ao contrário, suas análises estimam também as consequências da propagação destes efeitos, ou seja, estimam também os “efeitos dos efeitos”.

“A negociação de acordos comerciais é um dos pilares da estratégia de inserção do Brasil na economia internacional, promovendo competitividade e desenvolvimento econômico para o país. Com as fichas informativas, buscamos divulgar os resultados de nossas análises de impacto de maneira acessível e visual para a sociedade”, comenta o secretário de Comércio Exterior, Lucas Ferraz.

Parceiros asiáticos

Além de uma ficha específica sobre “Acordos Comerciais”, a nova série inclui a ficha informativa “Estratégia para a Ásia”, que mostra os resultados estimados para as negociações em andamento apenas com parceiros asiáticos – Coreia do Sul, Singapura, Indonésia e Vietnã. “Na Ásia, estão as economias de maior crescimento econômico e populacional no mundo. Qualquer estratégia de comércio exterior atual envolve, necessariamente, negociações com os parceiros asiáticos”, destaca Ferraz.

Ele explica que as assinaturas do Acordo Abrangente e Progressivo para a Parceria Transpacífica (CPTPP, na sigla em inglês) e da Parceria Econômica Regional Abrangente (RCEP, na sigla em inglês) demonstram a capacidade e a vontade de integração dessas economias. “Para o Brasil, que não fez parte desses acordos, a estratégia é negociar acordos individualmente com parceiros asiáticos, para que tenhamos espaço negociador mais favorável e, como consequência, maior acesso a mercados para os nossos produtos”, acrescenta o secretário.

Para o conjunto de quatro países asiáticos, as estimativas são de um aumento no PIB brasileiro de 0,4%, ou R$ 502 bilhões em termos acumulados, além de aumentos nos investimentos, na corrente de comércio, na massa salarial e na queda nos preços.

As fichas apresentam também setores com potencial de ganho, tendo destaque os setores de produtos de carne, produtos alimentícios, equipamentos de transporte e químicos.

Estimativas e evidências

Junto com as fichas informativas, a Secex divulgou uma publicação intitulada “Acordos Comerciais e Abertura Comercial: Estimativas e Evidências”. O documento apresenta uma cuidadosa revisão de literatura dos principais estudos e análises de impacto – conduzidas por acadêmicos, ou entidades governamentais de outros países – sobre acordos comerciais e reformas tarifárias.

“Esse conjunto de documentos inicia uma série de publicações da Secex relacionadas a acordos comerciais e comércio de uma forma geral. Essa publicação, que resume muito bem ‘a fronteira’ do que se tem feito no mundo em termos de análises de impacto na área de comércio, ajuda como referência para os trabalhos que publicaremos a seguir”, antecipa Ferraz.

A nova série de publicações faz parte do esforço recente do governo de adoção de boas práticas regulatórias e transparência no comércio exterior e está em linha com os preceitos da Lei de Liberdade Econômica. Os próximos trabalhos a serem publicados são os estudos de impacto de acordos comerciais com Indonésia e Vietnã, atualmente em consulta pública aberta para participação da sociedade.

Os trabalhos estarão disponíveis na página de Publicações da Secex, e os estudos de impacto individuais para cada país, na página de Acordos Comerciais do Siscomex.

 

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