Após leilão, agentes discutem futuro do petróleo e transição energética


O diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Décio Oddone, disse que existe a percepção de que o petróleo é um produto a caminho da obsolescência, porém a sociedade brasileira e mundial não estão preparadas para abrir mão do petróleo de uma hora para outra. Ele projeta que nas próximas décadas a matriz energética mundial será cada vez mais limpa e diversificada, com crescente presença de gás natural e de energias renováveis.

“Veremos diversificação como nunca foi vista e outros países vão se aproximar de uma matriz mais limpa como a nossa. Dentro desse ambiente, a sociedade não tem como abrir mão de combustíveis fósseis”, analisou Oddone após a 16ª rodada de licitações, realizada na última quinta-feira (10). O diretor-geral da agência defendeu que os leilões são um instrumento estratégico para gerar emprego, renda e desenvolvimento ao país.

Na ocasião, o ministro de minas e energia, Bento Albuquerque, falou que a transição energética no Brasil começou há mais de 40 anos com a construção da hidrelétrica binacional de Itaipu e, anos depois, teve sequência com lançamento de programas de biocombustíveis, como o Pró-Álcool. Segundo o ministro, essas transformações demonstram o quanto a matriz energética brasileira é uma das mais limpas do mundo.

Ele acrescentou que o país tem vocação para o biocombustível. Albuquerque contou que o governo pretende implementar o programa RenovaBio a partir de janeiro de 2020, o que vai ao encontro à política de incentivo ao agronegócio e ao desenvolvimento tecnológico. “A perspectiva é que nossa matriz continue tendo essas qualidades no que diz respeito à baixa emissão de carbono”, afirmou.

O ministro garantiu que o Brasil cumprirá com tranquilidade todos compromissos firmados no Acordo de Paris. “Os indicadores mostram que cumpriremos todos compromissos que o Brasil assumiu”, afirmou. Ele enfatizou que não tem conhecimento sobre países que abriram mão de reservas de petróleo e apontou que as empresas estrangeiras estão sempre atentas e participam de leilões em outras partes do mundo.

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