Arábia Saudita anuncia suspensão das importações da carne de frango brasileiro


A Arábia Saudita anunciou na quinta-feira (6), a suspensão das importações da carne de frango brasileira. O país do Oriente Médio era o segundo maior mercado da avicultura nacional, sendo responsável por 11,3% das 467.546 toneladas exportadas pelo setor em 2020, segundo número da ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal).

Em nota, o Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) afirmou que o governo brasileiro recebeu a notícia com “surpresa e consternação” e que não houve aviso prévio das autoridades sauditas.

“O Brasil reitera os elevados padrões de qualidade e sanidade seguidos por toda nossa cadeia de produtos de origem animal, assegurados por rigorosas inspeções do serviço veterinário oficial. Há confiança de que todos os requisitos sanitários estabelecidos por mercados de destino são integralmente cumpridos”, pontuou o ministério em nota.

Já a ABPA defendeu que os frigoríficos nacionais zelam “pelo cumprimento de critérios técnicos, pela qualidade e por todos os demais pontos estabelecidos pelas nações importadoras”.

Ao todo, 11 frigoríficos brasileiros tinham certificação da Saudi Food and Drug Authority para exportação de frango ao país do Oriente Médio. Como as demais nações de religião islâmica, a Arábia Saudita exige normas específicas para o abate das aves antes do consumo.

Esse conjunto de regras é denominado halal (legal, em árabe) e entre outras determinações prevê que o abate deva ser feito em local separado dos demais cortes e com uma lâmina própria para esse fim, seguindo os preceitos do Alcorão – livro sagrado para os muçulamanos.

A Arábia Saudita importou mais de 550 mil toneladas de carne de frango somente em 2020, segundo dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, em inglês), sendo o quinto país do mundo com maior participação no mercado internacional da proteína animal.

A carne de frango é uma das principais commodities para a balança comercial do Brasil, sendo o nono item mais exportado em 2020 e com US$ 5,1 bilhões de receitas geradas no período, segundo o Ministério da Economia.

Confira abaixo a nota emitida pelo Mapa:

O governo brasileiro recebeu com surpresa e consternação a decisão da Arábia Saudita de suspender 11 estabelecimentos exportadores de carne de aves para aquele mercado. Não houve contato prévio das autoridades sauditas, tampouco apresentação de motivações ou justificativas que embasem as suspensões. A informação consta apenas em nova lista de plantas brasileiras autorizadas a exportar, publicada hoje pela Saudi Food and Drug Authority (SFDA), que exclui os referidos estabelecimentos, previamente permitidos. Até o momento, apenas o Brasil foi objeto de atualização de lista de exportadores de carne de aves.

O Brasil reitera os elevados padrões de qualidade e sanidade seguidos por toda nossa cadeia de produtos de origem animal, assegurados por rigorosas inspeções do serviço veterinário oficial. Há confiança de que todos os requisitos sanitários estabelecidos por mercados de destino são integralmente cumpridos.

O governo brasileiro iniciou contatos com as autoridades da Arábia Saudita e da embaixada desse país em Brasília para buscar esclarecer o episódio. Todas as vias bilaterais e multilaterais serão empregadas com vistas à pronta resolução da questão. Caso se comprove a interposição de barreira indevida ao comércio, o Brasil poderá levar o caso à OMC.

Confira abaixo a nota emitida pela ABPA:

A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) está apoiando o Governo Brasileiro na busca por mais detalhes sobre a surpreendente decisão unilateral tomada pelas autoridades sauditas, com a suspensão de plantas exportadoras de carne de frango.

O setor reitera os fatos já apresentados pelo Ministério da Agricultura e pelo Ministério das Relações Exteriores na busca por explicações sobre as suspensões e trabalha para o restabelecimento das habilitações no menor prazo possível.

A ABPA reforça seu compromisso em sua parceria estratégica com o povo saudita, apoiando no suprimento da oferta de alimentos deste que é um dos mais longevos mercados importadores do produto brasileiro.

A entidade reitera, ainda, a sua plena confiança e o reconhecimento internacional das empresas brasileiras, seja pelo cumprimento de critérios técnicos, pela qualidade e por todos os demais pontos estabelecidos pelas nações importadoras.

 

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