Bacia de Campos volta a atrair aportes bilionários


Há mais de 40 anos na ativa, a Bacia de Campos entrou nos últimos anos em fase de declínio e perdeu o posto de maior região produtora de petróleo para a vizinha Bacia de Santos. Um estudo do Instituto Brasileiro de Petróleo (IBP) sobre os leilões de 2017 e 2018 mostra, no entanto, que Campos está de volta aos holofotes das companhias e concentrará investimentos de, no mínimo, R$ 2,15 bilhões em exploração nos próximos cinco anos.

Os compromissos assumidos pelas empresas nos últimas licitações fazem de Campos o principal destino das atividades exploratórias das petroleiras. Nas rodadas de 2017 e 2018, as empresas se comprometeram a investir também R$ 1,94 bilhão na Bacia de Santos e R$ 480 milhões nas demais regiões. Esses montantes fazem parte dos programas exploratórios mínimos e nada impede que os investimentos nas áreas adquiridas sejam ainda maiores.

A tendência é que as atividades na Bacia de Campos sejam capitaneadas pela Petrobras. Dos 20 blocos localizados na bacia e que foram negociados nos últimos leilões, a estatal opera 11, seguida de ExxonMobil (quatro), BP (dois), Repsol (dois) e Shell (um).

A Bacia de Campos, que chegou a ficar fora dos leilões por cerca de dez anos, até 2017, entrou em declínio nos últimos anos. Em 2018, por exemplo, a região produziu, em média, 1,2 milhão de barris/dia de petróleo, 13% menos que em 2017. Descobrir novas reservas na região é uma tarefa fundamental para conter essa redução, que gera seus impactos nas receitas do Estado e municípios do Rio de Janeiro.

Ao lado da Bacia de Santos, a expectativa é que Campos volte ao centro das atenções das empresas nas rodadas deste ano. As duas bacias atraíram R$ 27,6 bilhões em investimento nos leilões dos últimos dois anos, em bônus de assinatura, e despontam novamente como os principais trunfos das licitações de 2019. Para este ano, estão previstas a 16ª rodada de concessões e a 6ª rodada de partilha do pré-sal. O governo também espera promover em 2019 o leilão dos excedentes da cessão onerosa.

Campos e Santos são os grandes destaques da 16ª rodada, que ofertará também áreas nas bacias de Camamu-Almada, Pernambuco-Paraíba e Jacuípe. A licitação oferecerá 17 blocos exploratórios de Campos e 13 áreas em Santos, todas elas em águas profundas ou ultraprofundas.

Campos foi a região que mais atraiu o interesse das empresas nos últimos leilões. Ao todo, 20 das 23 áreas da bacia ofertadas nos últimos dois anos foram arrematadas. Os ativos localizados em águas profundas e ultraprofundas de Santos também se destacaram: 13 das 30 áreas localizadas na região foram negociadas.

A 16ª rodada marca também a volta das bacias de Jacuípe e Camamu-Almada aos leilões, depois de quatro anos. Já Pernambuco-Paraíba volta às rodadas depois de seis anos. Na 11ª rodada, em 2013, quatro dos dez blocos oferecidos na região foram arrematados.

Principais ativos da 16ª rodada, Campos e Santos também estarão no centro dos holofotes da 6ª rodada de partilha e da licitação dos excedentes da cessão onerosa. Ambas as rodadas ofertarão áreas localizadas só nessas duas bacias.

Fonte: Valor

Anterior Intenção de investimento da indústria é a maior desde 2014, mostra CNI
Próximo Importações chinesas de soja do Brasil aumentam 126%