Brasil registra superávit de 8 bilhões de dólares da balança comercial em julho


A balança comercial brasileira registrou um superávit de US$ 8 bilhões em julho de 2020, o maior saldo mensal já registrado na série histórica do Ministério da Economia, que teve início em 1989. O superávit é registrado quando as exportações superam as importações. O resultado de julho foi mais do que o dobro registrado no mesmo mês de 2019, quando foi positivo em US$ 2,391 bilhões.

As exportações somaram US$ 19,566 bilhões, uma queda de 2,9% em relação a julho de 2019. Já as importações chegaram a US$ 11,506 bilhões, um recuo de 35,2% na mesma comparação.

De janeiro a julho, a balança comercial acumula superávit de US$ 30,383 bilhões. O valor é 8,2% maior do que o mesmo período do ano passado. Houve um recuo de 6,4 % nas exportações e de 10,5% nas importações do período.

Em meio à pandemia, os produtos agrícolas estão impedindo uma queda maior nas exportações brasileiras. No mês passado, o setor agropecuário teve aumento de 17,3% nas exportações. Houve queda, porém, nas vendas de produtos dos outros setores: 1,5% em indústria extrativa e 12% em bens da indústria de transformação. Nas importações, houve recuo 6,5% na agropecuária, queda de 62,7% em indústria extrativa e de 33,6% em produtos da indústria de transformação.

O secretário de Comércio Exterior do Ministério da Economia, Lucas Ferraz,disse que as exportações brasileiras de manufaturados podem ter um desempenho melhor no segundo semestre, a depender da recuperação dos Estados Unidos e Europa. Ele ressaltou que as vendas externas desse tipo de produto estão em queda justamente porque têm como destinos locais muito afetados pela crise provocada pela pandemia do coronavírus e que são mais impactados pela queda de renda dos consumidores, o que não ocorre com os produtos agrícolas.

Exportações para a Ásia

A Ásia foi o destino de 50,6%das exportações brasileiras em julho. Só a China foi a compradora de 37,9% do total exportado pelo Brasil. O resultado reflete o recuo na venda de industrializados, que vão principalmente para países como Estados Unidos, Argentina e integrantes da União Europeia, e o aumento na comercialização de agrícolas, embarcados principalmente para a Ásia.

Lucas Ferraz disse que o aumento dos países asiáticos na pauta exportadora é “conjuntural” e não preocupa o governo brasileiro. “A Ásia tem participação importante na pauta de comércio de todos os países. No longo prazo, as exportações para a Ásia devem voltar a representar 30 a 40% da pauta, como historicamente”, afirmou.

Ferraz ressaltou que o aumento ocorre porque a Ásia se recupera da crise econômica antes de países como EUA e União Europeia e que, no segundo semestre, as vendas de industrializados deve aumentar na esteira da recuperação desses destinos. O objetivo do governo no longo prazo, segundo Ferraz, continua sendo a maior inserção da economia brasileira e um aumento “equilibrado” nas importações e exportações.

Fonte: Ministério da Economia

 

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