Conhecimentos de embarque digital: adesão de 50% pode poupar ao Shipping 4 mil milhões


O sector de transporte marítimo contentorizado poderá economizar até 4 mil milhões de dólares por ano – para tal, bastará que metade de todos os conhecimentos de embarque passem a ser tratados digitalmente, explicou recém-criada Digital Container Shipping Association (DCSA).

Para a associação DCSA, a pandemia pode funcionar como um catalisador da introdução, mais directa e acelerada, de processos de digitalização no sector, tal como o conhecimento de embarque digital. Segundo o CEO Thomas Bagge, o Shipping contentorizado pode facilmente capitalizar volumosas poupanças (absolutamente cruciais em tempos de crise) se apostar na digitalização do processo de conhecimento de embarque.

Com base na taxa de penetração do e-AWB no sector do frete aéreo – agora fixado nos 68% após um processo de consciencialização de mais de uma década – a DCSA chegou a uma extrapolação sustentada: «Se começarmos a padronizar os conhecimentos de embarque agora, acreditamos que poderemos atingir uma taxa de adopção de 50% até 2030», comentou Thomas Bagge, em declarações à publicação ‘The Loadstar’.

A pandemia do novo coronavírus tem funcionado como um fortíssimo incentivo à digitalização do conhecimento de embarque, uma vez que as políticas de distanciamento social e teletrabalho vieram forçar a uma desmaterialização acelerada deste tipo de procedimentos. «A situação do Covid-19 está a trazer à tona os principais pontos fortes de um conhecimento de embarque padronizado», comentou Andre Simha. 

O chief digital and innovation officer da transportadora marítima MSC e presidente da DCSA aprofundou: «A carga nos portos não pode ser descartada devido papelada preso em outros lugares devido a atrasos no frete aéreo», explicou, lembrando o exemplo da Evergreen UK, que alertou os clientes, no fim de Março, que não seria possível «emitir conhecimentos de embarque originais de exportação em Londres», e que cessaria a emissão de facturas em papel» enquanto as medidas de lockdown estivessem em vigor, instando os clientes a apostarem no e-Bill of Lading.

Fonte: Revista Cargo (PT)

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