EAS obtém prioridade do FMM para construção de 2 porta-contêineres


O Conselho Diretor do Fundo da Marinha Mercante (CDFMM) concedeu em sua 39ª reunião ordinária, na última quinta-feira (6), prioridade de R$ 522,8 milhões ao Estaleiro Atlântico Sul (PE) para construção de dois porta-contêineres com capacidade de 4.900 TEUs cada. O estaleiro pretende construir as embarcações para a Aliança Navegação, que apresentou carta de intenção visando adquirir os navios quando concluídos. A capacidade desses navios é superior a dos maiores porta-contêineres da companhia, que atualmente têm 4.200 TEUs (unidade que equivale a um contêiner de 20 pés).

Em setembro, o presidente do EAS, Harro Burman, informou que o estaleiro assinou dois memorandos de entendimento na tentativa de dar mais dois anos de sobrevida ao estaleiro. Além da Aliança, o EAS tem uma prioridade do FMM para construção de dois graneleiros, recebida em dezembro de 2017 e que foi baseada em uma carta de intenção da Norsul. A Portos e Navios procurou a Aliança e o EAS para dar mais detalhes sobre o projeto, mas não teve retorno até o fechamento desta matéria.

Recentemente, o CDFMM admitiu que o estaleiro pode construir e depois passar o financiamento para o armador. Nessa modalidade de crédito, o estaleiro com a prioridade constroi o navio e, na fase final, o armador faz a aquisição da embarcação e assume o financiamento. O Departamento de Marinha Mercante (DMM) tem tentado viabilizar os financiamentos para evitar que o FMM fique com recursos parados.

Desde os problemas enfrentados pela Log-In no Estaleiro Ilha S/a (Eisa-RJ), os armadores estão receosos em colocar encomendas em estaleiros nacionais. Os armadores já disseram em diversas oportunidades ter disposição para investir, mas relatam dificuldades em relação à obtenção de garantias para o financiamento. O FMM iniciou articulações com a Agência Brasileira Gestora de Fundos Garantidores e Garantias (ABGF) para criação de alternativas para facilitar a obtenção de garantias.

Uma fonte, porém, disse que as negociações com a ABGF teriam esfriado devido ao momento de transição de governo. A ABGF é uma empresa pública, sob a forma de sociedade anônima, criada em 2013, e com a finalidade de administrar fundos garantidores e prestar garantias às operações de riscos diluídos em áreas de interesse econômico e social. Desde setembro de 2016, a ABGF está vinculada ao Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão.

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