Energia solar atraiu cerca de US$ 150 bi em investimentos no mundo em 2020


O mundo está cada vez mais preocupado em uma transição energética sustentável. Segundo levantamento realizado pela BNEF (BloombergNEF), os aportes em energia solar atingiram US$ 148,6 bilhões em 2020, um aumento de 12% em relação ao ano anterior. De acordo com a pesquisa, só no processo de descarbonização foram investidos US$ 501,3 bilhões no ano passado, superando 2019 em 9%, apesar da ruptura econômica causada pela pandemia da Covid-19.

A análise do BNEF mostra que empresas, governos e residências investiram US$ 303,5 bilhões em nova capacidade de energia renovável em 2020, uma alta de 2%. Este foi o segundo maior valor anual de todos os tempos. O primeiro foi em 2017, quando totalizou US$ 313,3 bilhões. “A queda dos custos de capital permitiu que volumes recordes de energia fotovoltaica (132 GW) e eólica (73 GW) fossem instalados com base no aumento modesto dos aportes em dólares”, apontou o relatório.

Os destaques do total de investimentos em renováveis ​​incluíram um salto de 56% nos financiamentos de projetos eólicos offshore para US$ 50 bilhões, abrangendo o maior negócio já feito nesse subsetor – US$ 8,3 bilhões para o projeto Dogger Bank, no Mar do Norte no Reino Unido, de 2,5 GW.

Em 2020, também foi registrado o financiamento do maior parque solar individual – o Al Dhafrah, nos Emirados Árabes Unidos, de 2 GW – a um custo de US$ 1,1 bilhão. Em termos de regiões, os aportes em capacidade de energia renovável na Europa foram de US$ 81,8 bilhões, um crescimento de 52%.

Já no Japão a alta foi de 10%, com investimentos de US$ 19,3 bilhões, o Reino Unido teve crescimento de 177%, com aportes de US$ 16,2 bilhões, e a Holanda elevou em 221%, com um montante de US$ 14,3 bilhões investidos. Quem também registrou alta foi a Espanha, que subiu 16%, com US$ 10 bilhões. Enquanto isso, o Brasil obteve uma alta de 23%, com US$ 8,7 bilhões, a França 38%, com US$ 7,3 bilhões, e a Alemanha 14%, com US$ 7,1 bilhões.

No entanto, alguns países registraram queda. A China, por exemplo, alcançou US$ 83,6 bilhões, baixa de 12%, e os Estados Unidos caíram 20%, com US$ 49,3 bilhões.

Mais dados

O estudo da BNEF ainda aponta que outras áreas de investimento em transição energética também mostraram força, como o de armazenamento de energia estacionária, que foi de US$ 3,6 bilhões, apesar da queda dos preços unitários. O aporte global em captura e armazenamento de carbono (CCS) triplicou para US$ 3 bilhões e o investimento em hidrogênio foi de US$ 1,5 bilhão, queda de 20%, mas o segundo maior número anual até hoje.

Ademais, foram investidos US$ 139 bilhões em veículos elétricos e infraestrutura de carregamento associada, um aumento de 28% e um novo recorde.

Ainda de acordo com o mapeamento gráfico da BNEF, a Europa foi a responsável pela maior fatia do investimento global, com US$ 166,2 bilhões, alta de 67%. O desempenho foi impulsionado por um ano recorde de vendas de carros elétricos e o melhor ano em investimento em energia renovável desde 2012. “Nossos números mostram que o mundo atingiu meio trilhão de dólares por ano em seus aportes para descarbonizar o sistema. A geração de energia limpa e o transporte elétrico estão tendo fortes influxos, mas precisam ver mais aumentos nos gastos à medida que os custos caem”, disse Albert Cheung, chefe de análise da BNEF.

“Tecnologias como aquecimento elétrico, CCS e hidrogênio estão atraindo apenas uma fração do investimento de que precisarão na década de 2020 para ajudar a controlar as emissões. Precisamos falar em trilhões por ano, se quisermos cumprir as metas climáticas”, explicou.

Jon Moore, executivo-chefe da BNEF, comentou que a pandemia de coronavírus impediu o progresso de alguns projetos, mas o aporte geral em energia eólica e solar foi robusto e as vendas de veículos elétricos aumentaram mais do que o esperado. “A ambição da política está claramente aumentando à medida que mais países e empresas se comprometem com metas líquidas de zero e programas de estímulo verde estão começando a fazer sentir sua presença. Cerca de 54% das emissões de 2016 estão agora sob alguma forma de compromisso líquido zero, contra 34% no início do ano passado. Isso deve impulsionar o aumento do investimento nos próximos anos”, destacou.

Fonte: Canal Solar

 

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