Exportador brasileiro enfrenta 27 barreiras, aponta estudo


Em um cenário de aumento do protecionismo no comércio internacional, uma parcela significativa das empresas exportadoras brasileiras sofre cada vez mais com barreiras impostas por outros países e considera o governo pouco ativo para retirar os entraves de acesso ao mercado externo.

Um mapeamento conduzido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) revelou que há 27 barreiras comerciais contra o exportador brasileiro, e um terço das companhias avalia o governo como ineficiente para superar os entraves colocados por outros países.

“Hoje, com os nossos empresários mais acostumado a exportar, eles acabam exigindo uma solução rápida, de curto pazo”, diz o diretor da CNI Carlos Abijaod. “E o que apareceu nesta pesquisa é que 31% das empresas enxergam que o governo tem dificuldade em superar as barreiras”, afirma.

Diversos produtos exportados pelo Brasil são alvo de algum tipo de entrave no comércio internacional. As barreiras impostas são várias: passam por cotas, questões sanitárias, subsídios, entre outras.

Recentemente, o Brasil abriu uma disputa contra a China na Organização Mundial do Comércio (OMC) para contestar as restrições chinesas às importações do açúcar brasileiro. O gigante asiático aplica sobretaxas ao açúcar desde maio de 2017.

“O mercado de açúcar sempre foi protegido. O caminho tem sido tentar um acordo com outros países”, afirma o diretor-executivo da União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica), Eduardo Leão de Souza. “O governo tentou fazer isso com a China, mas não deu certo.”

Segundo a Unica, as barreiras impostas pelo governo chinês fizeram as exportações brasileiras para a China recuar de 2,5 milhões de toneladas para 300 mil toneladas.

As barreiras comerciais apontadas pela CNI são colhidas com base nas queixas repassadas pelas associações do setor privado. Na primeira pesquisa, realizada em agosto, foram identificadas 20 barreiras. A pesquisa foi feita em parceria com Fundação Getúlio Vargas e consultou 600 exportadores.

Mundo protecionista

Em 2018, o mundo enfrenta uma piora do ambiente internacional depois que o governo dos Estados Unidos decidiu adotar várias medidas protecionistas, desencadeando uma guerra comercial bilionária, sobretudo com a China.

A guerra comercial tem provocado uma tensão nos mercados financeiros, e o Fundo Monetário Internacional (FMI) já alertou que a disputa pode prejudicar a economia dos dois países.

Um levantamento conduzido pelo grupo de monitoramento de restrições comerciais do G20 mostrou que as restrições ao comércio dos EUA atingiram US$ 369 bilhões em exportações chinesas neste ano.

Fonte: G1

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