Hidrovia Tietê-Paraná passa por obras de profundidade


Para evitar que a falta de chuva impeça o transporte, obras estão aumentando a profundidade de uma das principais hidrovias brasileiras.

A detonação das rochas no fundo Rio Tietê acontece a mais de três metros de profundidade, um barulho que pode ser ouvido a quilômetros de distância. “O impacto é bem forte, o barulho é alto e a gente chega a ficar com medo”, diz o pescador Marcelo Aparecido da Costa.

Os trabalhos, que devem terminar só no fim de 2019, são para melhorar a navegação na hidrovia Tietê-Paraná, que tem 2.400 quilômetros de extensão. O principal trecho é o que liga São Simão, em Goiás, a Pederneiras, no interior de São Paulo. De lá, a carga pode seguir de trem até o porto de Santos. As barcaças transportam principalmente grãos, etanol e celulose.

A hidrovia Tietê-Paraná é uma das mais importantes do país. Transporta riquezas das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Daí a importância dessas obras; ainda que o rio baixe demais, as barcaças precisam seguir viagem.

É que, em 2014, o nível do rio caiu muito por causa da seca e a hidrovia ficou interditada por quase dois anos. Na época, as pedras no fundo do rio prejudicaram a passagem das barcaças, que encalharam. A paralisação causou um prejuízo de quase R$ 1 bilhão para empresas e produtores rurais.

Hoje, o canal tem cinco metros e meio de profundidade. Com o fim das obras, que vão custar aos cofres públicos R$ 203 milhões, passa ter sete metros e meio. “Existem pontos em que não é possível trafegar com barcaças grandes que trazem carga para a exportação, que é o transporte de longo curso”, explica o engenheiro José Gheller.

Em 2017, a movimentação da hidrovia bateu recorde: foram quase nove milhões de toneladas. A expectativa para 2018 é de 10% de crescimento na movimentação. Cada comboio substitui nas rodovias 200 caminhões.

“Pneu, pedágio, petróleo, então, isso aí tudo é muito caro e onera a cadeia. Uma vez que nós tivermos exportação com redução de custo, vai ganhar todo mundo, inclusive o nosso produto vai ficar mais competitivo a nível internacional e o produtor vai ter um ganho maior”, destaca Paulo Narcizo Rodrigues, que é despachante aduaneiro.

O Departamento Hidroviário de São Paulo declarou que as explosões são em horários programados e têm licença ambiental. E que há disparos prévios para espantar peixes e animais da área.

Fonte: G1

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