Inteligência Artificial e colaboração logística são destaques no Intermodal Xperience


O ciclo de apresentações da área de conteúdo do Intermodal Xperience, no primeiro dia de evento digital, começou com o gerente de Marketing Estratégico da Huawei no Brasil, Tiago Fontes, que expôs o case da 5G Smart Campus Warehouse da Huawei, fornecedora chinesa de tecnologia e de soluções de informação da indústria e das comunicações. O projeto ativou uma rede privada de conexão 5G no Centro de Distribuição (CD) da empresa, localizado em Sorocaba (São Paulo).

A rede de 5G foi desenvolvida para abranger a área de 22 mil m² da estrutura e automatizar os processos de transporte de materiais até as gôndolas dentro do CD por meio de robôs móveis (AGV’s, sigla em inglês para Automated Guided Vehicle) conectados pelo 5G. Segundo Fontes, até 100 robôs podem operar simultaneamente na rede sem sobrecarregar a conexão.

O projeto também inclui a utilização de leitores e etiquetas RFID (Radio Frequency Identification ou Identificação por Radiofrequência) para a identificação dos produtos, o que eliminou o uso de papel. Sobre os resultados já identificados, Fontes destacou um aumento de 25% da eficiência na operação, além do ganho na produtividade no gerenciamento de estoques e na redução no tempo no envio de materiais.

“A ideia é engajar a indústria brasileira para a revolução 4.0 ao promover o desenvolvimento de tecnologias utilizando o 5G, inteligência artificial e a computação em nuvem. E a melhor maneira de mostrar que isso é possível é iniciar um projeto interno que está sendo disponibilizado para dar suporte às operações do nosso próprio time de colaboradores”, destacou o gerente de Marketing Estratégico da Huawei no Brasil.

Próximos Passos

O gerente de Marketing Estratégico da Huawei no Brasil indicou que os próximos passos são a integração da linha automática de pesagem e embalagem e de outros dispositivos, como empilhadeiras e robôs de limpeza e inspeção.

Ainda na temática da logística conciliada com o uso de inovações tecnológicas, o diretor de Marketing da FedEx Express para o Brasil, Gustavo Kornitz, abordou, na apresentação, o e-commerce no país. Ele falou sobre a evolução no nível das expectativas dos consumidores no Brasil. “Hoje, pesquisas apontam que 8 em cada 10 consumidores dão preferência para compras em websites que tenham opções claras de políticas de devolução de produtos. Outro ponto que está no radar é a sustentabilidade: 60% dos consumidores gostariam de receber as entregas de mercadoria em embalagens recicláveis”, disse.

Em números, segundo Kornitz, o e-commerce no Brasil segue em constante crescimento. Só em 2019, o faturamento do setor foi de 61,9 bilhões, o que representa um aumento de 16,3% na comparação com 2018. E a tendência para o futuro é que o varejo online atinja um crescimento 10 vezes mais rápido do que offline até 2023, dobrando a participação do setor de e-commerce no Brasil.

Para atender o aumento da demanda do setor, a FedEX Brasil, empresa de transporte expresso, está ampliando a infraestrutura nacional. “Inauguramos um novo centro de operações logísticas em Cajamar, interior de São Paulo. O espaço é a maior estrutura da empresa na América Latina e uma das maiores do mundo. O que representa um avanço importante nas nossas operações de e-commerce no país”, disse Kornitz.

Ele também destacou os avanços em tecnologia da FedEx no mundo no ano passado, com o protótipo do robô de entregas na última milha, o Same Day Bot (Roxo) e a parceria com a Wing Aviation para a realização da primeira entrega agendada com drone para o e-commerce, que aconteceu na Virgínia, nos Estados Unidos.

O conteúdo programado para os dias de evento segue três temáticas principais: intralogística, tecnologia e transporte de cargas. As apresentações ligadas ao tema de tecnologia são patrocinadas pela Modal GR.

Logística Colaborativa

O gerente de Projetos Logísticos da Souza Cruz, Guilherme Portescheller, abordou como o conceito de logística colaborativa passou a ser aplicado na companhia de tabaco e também em parcerias com as outras empresas. A Souza Cruz atende mais 30 mil pedidos por dia, com 315 mil pontos de vendas e 36 centros de distribuição.

“Diante da complexidade na logística nacional, onde cada região tem características diferentes, não é possível ter uma solução única. Portanto, nossa ênfase é uma estratégia que considera as especificidades de cada localidade”, disse Portescheller.

Ele explica que o modelo colaborativo começou a ser explorado dentro da própria empresa com um circuito de fornecedores. “O caminhão que realiza o percurso de levar a matéria-prima de um de nossos fornecedores até a fábrica da Souza Cruz faz o caminho reverso, levando o produto finalizado da fábrica até um centro de distribuição, que é próximo deste fornecedor. São circuitos estáticos de ida e volta que conseguimos criar em quase todos os nossos fornecedores”.

Outra aposta neste sentido de colaboração foi o fracionamento de cargas, fazendo com que a Souza Cruz ganhe capilaridade com empresas parceiras de bens de consumo. O gerente de Projetos Logísticos explica que a ideia é agregar a venda de produtos das empresas parceiras nas visitas regulares dos vendedores da Souza Cruz aos pontos de venda.

“A iniciativa começou em 2015, quando o cenário apresentava uma queda no consumo de cigarros, o que acarretava um aumento dos nossos custos fixos e na capacidade ociosa dos caminhões. Com a logística colaborativa conseguimos ampliar em 23% essa ocupação”, destacou Portescheller.

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