Intermodal Xperience: otimização da cadeia de suprimentos é foco de debates no setor logístico


“Utilizar as inovações em tecnologia para aumentar a eficiência da operação do nosso cliente é o objetivo”, afirmou o executivo Mauro Dias, presidente da GLP Brasil, multinacional especializada em real estate, ao participar de transmissão ao vivo nesta quarta-feira (7) do Intermodal Xperience, versão digital da Intermodal South America, evento dos setores de logística, intralogística, transporte de cargas e comércio exterior.

O executivo fez uma apresentação sobre como os parques logísticos têm o potencial de contribuir para a eficiência nas operações logísticas dos inquilinos por meio de soluções e inovações tecnológicas. “O setor logístico é impulsionado pela digitalização global e a expansão do e-commerce, porém existe um gap entre o crescente nível de exigência do consumidor e a infraestrutura disponível no país, que ainda não está pronta para cumpir a demanda. E o que está preenchendo esse gap é a tecnologia”, afirmou Dias.

O portfólio da GLP no Brasil é de 5 milhões de m² entre área construída e terrenos em desenvolvimento e a empresa vem investindo na digitalização dos empreendimentos, com a integração de soluções em internet das coisas (IoT), automação e robótica, análise de dados e eficiência energética.

Um exemplo é o aplicativo GLP Fast Pass, desenvolvido para a gestão da frota de caminhões na entrada e na saída dos parques logísticos. “Um ponto que chama atenção nos empreendimentos logísticos do Brasil são os grandes bolsões de vagas para o estacionamento de caminhões. Isso é uma ineficiência, porque sinaliza o tempo que os veículos permanecem na localidade”, comenta o presidente da GLP Brasil. O aplicativo agiliza a identificação dos motoristas na recepção, porque já existe um pré-cadastramento dos dados deles na ferramenta e informações sobre o fluxo esperado para o dia. Outras funcionalidades já estão sendo desenvolvidas para a implementação no GLP Fast Pass.

Para finalizar, outro ponto levantado por Dias é a questão de sustentabilidade e eficiência energética. Neste ano, a GLP inaugurou a maior usina solar em uma instalação logística no Brasil. O empreendimento, localizado em Louveira, interior de São Paulo, é equipado com painéis solares no telhado, que produzem até 80% das necessidades anuais de energia da instalação. A propriedade é operada pela DHL Supply Chain – empresa do Grupo Deutsche Post DHL, com atuação em armazenagem e distribuição e que foi parceira na iniciativa, e serve como centro de distribuição da marca Nike.

Intralogística Conectada

Ainda no tópico de eficiência nas operações da cadeia de distribuição, o diretor de soluções da Dematic, Márcio Lopes, apresentou no Intermodal Xperience o conceito de Intralogística Conectada, que foi desenvolvido em parceria com a empresa de sistemas de movimentação e armazenagem, Águia Sistemas. A Dematic é especializada em soluções de tecnologia de automação, softwares e serviços para armazéns, centros de distribuição e instalações de produção, e é uma marca do Grupo KION, multinacional alemã.

“A premissa da Intralogística Conectada é simplificar a movimentação e a armazenagem de materiais de ponta a ponta, do recebimento à expedição, com a automação inteligente”, afirmou Lopes. Ele explicou que a automação inteligente, que é uma avanço da indústria 4.0, busca a integração do físico e do digital. Com a captação de dados do mundo físico e as análises avançadas no digital é possível entregar informações de forma automatizada e efetiva para gerar ações no intuito de otimizar a cadeia de suprimentos.

Lopes destacou que a evolução da logística de distribuição nos próximos anos – visto o crescimento das vendas online – evidenciará alguns fatores de mudança no gerenciamento de armazéns e centros de distribuição, como a redução de estoques com o objetivo de liberar mais espaço físico para o atendimento dos pedidos realizados por canais digitais.

Outro fator que deve ganhar força é a descentralização, com o uso de lojas físicas como centros de distribuição, o que permite a unificação da operação física e a digital, reduzindo custos de entrega – em especial no last mile. E também as entregas realizadas com veículos autônomos.

Regulamentação na logística farmacêutica

Outro assunto – que está na trilha de intralogística do evento – são os impactos que vão ocorrer na gestão da logística farmacêutica em razão das normas baixadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a RDC 304. Para esclarecer alguns pontos do tema, o Intermodal Xperience recebeu duas representantes do Comitê de Logística Farmacêutica da Associação Brasileira de Logística (Abralog), Leila Almeida e Liana Montemor.

A publicação da RDC 304/2019 dispõe sobre as boas práticas de distribuição e armazenagem, além do transporte de medicamentos. Um dos requisitos do marco regulatório que deve trazer mais impacto é a manutenção de temperatura controlada nas cargas durante o transporte.

Segundo Liana, um dos pontos de atenção é o artigo 64 da RDC, que prevê o monitoramento e o controle de temperatura e a umidade dos medicamentos. “O mapeamento térmico das rotas é recurso essencial para avaliar o perfil temperatura e umidade nos trajetos de distribuição. É a partir deste conhecimento que será possível aplicar as medidas passivas ou ativas necessárias para cumprir a determinação. Haverá um período de transitoriedade e a obrigatoriedade da norma começa em março de 2022”.

Já Leila ressaltou que será um desafio para o mercado adaptar as práticas em relação à resolução – em especial na distribuição dos produtos farmacêuticos. “O transporte hoje é realizado sem nenhum monitoramento deste tipo. Será um desafio maior operacionalizar o registro de temperatura para quem trabalha com carga fracionada, por exemplo”, afirmou.

Serviço:
Evento: Intermodal Xperience
Data: De 6 a 8/10/2020
Mais Informações: bit.ly/2ZgD8BM
Inscrições: bit.ly/33923Z5

 

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