Investimento em portos impulsionou economia do Djibuti


Aportes na infraestrutura portuária garantiram o avanço do país árabe nos últimos anos, mas pandemia de covid-19 e conflito na vizinha Etiópia são fortes desafios.

Grandes investimentos em infraestrutura portuária impulsionaram o crescimento do Djibuti nos últimos anos, mas a pandemia de covid-19 e o conflito na vizinha Etiópia tiveram impacto na atividade econômica. As informações foram divulgadas pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) como conclusão de missão realizada ao país e encerrada no dia 20 de dezembro. A Etiópia é a nação que tem maior extensão de fronteira com o Djibuti e vive uma guerra civil que vem se acirrando. Na foto acima, porto no Djibuti. 

Liderada por Brett Rayner, a missão do FMI ao Djibuti informou que apesar dos investimentos em infraestrutura terem impulsionado forte crescimento econômico do país, na casa dos quase 7% ao ano entre 2013 e 2019, antes da pandemia, os benefícios disso não foram amplamente compartilhados e poucos empregos foram gerados, assim como baixas receitas fiscais. Com isso, o avanço dos resultados sociais tem sido lento, segundo Rayner.

Com a pandemia e o conflito na Etiópia, as vulnerabilidades macroeconômicas ficaram expostas no Djibuti, segundo o FMI. A covid-19fez a atividade econômica cair, devido a interrupções no comércio global, reduzindo a demanda na Etiópia também, a qual a economia do Djibuti está atrelada. Como resultado, a crescimento da produção desacelerou para cerca de 1% no ano passado, de acordo com a instituição financeira.

“As perspectivas econômicas estão obscurecidas pelo conflito na Etiópia. O crescimento deverá se recuperar para a casa dos 4% em 2021, com uma melhora dos investimentos e construção, mas as perspectivas são menos favoráveis para 2022”, diz o texto divulgado pelo FMI. O crescimento de 2022 está sujeito aos riscos negativos da guerra civil no país vizinho e de um possível ressurgimento da pandemia de coronavírus.

O setor portuário, no entanto, está bem-posicionado para se beneficiar de uma recuperação do comércio regional e global. O FMI acredita que o principal desafio do Djibuti é apoiar uma recuperação durável e inclusiva. O organismo recomenda que as autoridades priorizem a mobilização de receitas internas para restaurar a sustentabilidade da dívida e criar espaço para gastos sociais. A sugestão é reduzir isenções fiscais, inclusive de empresas estatais, fazer reformas de governança e gestão de finanças públicas para preservar a estabilidade.

O FMI recomenda reformas estruturais para ajudar a criar empregos, melhorias no sistema educacional para resolver problemas de habilidade de trabalho, além de seguir com os investimentos em energia solar e eólica para reduzir o preço da eletricidade e aumentar a competividade do país. A privatização parcial da Djibouti Telecom deve ajudar a reduzir os preços de TI e expandir o acesso local a serviços para celulares.

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