Maersk reverte lucro e registra prejuízo no primeiro trimestre


O conglomerado dinamarquês A. P. Moeller-Maersk informou nesta sexta-feira (24) que reverteu lucro e registrou prejuízo no primeiro trimestre e alertou que o aumento das tensões comerciais entre Estados Unidos e China pode gerar uma revisão de até um terço na perspectiva de crescimento no transporte marítimo de cargas.

A empresa, que controla quase 20% da capacidade global de transporte marítimo de carga, apresentou um prejuízo de US$ 659 milhões nos primeiros três meses deste ano, ante um lucro de US$ 2,7 bilhões no mesmo período de 2018. A perda inclui um prejuízo de US$ 552 milhões com operações descontinuadas.

Os resultados de 2018 foram beneficiados pelos recursos obtidos com a venda da divisão de petróleo. A receita, por sua vez, cresceu 3%, para US$ 9,5 bilhões.

O alerta da Maersk em relação à disputa comercial entre americanos e chineses contribui para a perspectiva cada vez mais sombria enfrentada pela indústria de afretamento marítimo, que espera que a disputa pese significativamente nos resultados. A demanda pelo transporte de bens de consumo, equipamentos industriais e outros produtos importantes no comércio internacional está diminuindo durante um período normalmente utilizado por varejistas para compor estoques.

“As novas tarifas [de importação] podem reduzir o crescimento esperado no volume global de contêineres em até 1 ponto percentual” em relação à atual projeção da Maersk, de alta de 3%, disse o diretor-presidente da empresa, Soren Skou, em teleconferência realizada hoje com investidores.

“Ainda vemos incertezas relacionadas às perspectivas do mercado, principalmente relacionadas ao enfraquecimento do crescimento econômico global, junto com os riscos de uma intensificação da escalada das tensões comerciais entre os Estados Unidos e a China”, afirmou a diretor-financeira da Maersk, Carolina Dybeck-Happe.

Skou disse ainda que as preocupações com as tensões comerciais entre os países podem acabar transferidas pelas relações entre Estados Unidos e União Europeia, depois de Washington fechar um acordo com Pequim.

Fonte: Valor

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