Mercado agro: exportações recuam, mas grãos mantêm alta no mercado interno


As exportações de grãos já desaceleram, mas os preços não cedem no campo. Os próximos meses ainda serão de alimentos caros.

Há uma semana do final do mês, a soja continua sendo negociada a valores recordes no mercado doméstico. A saca está em R$ 161 em Paranaguá, segundo o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada).

Após um ritmo acelerado de exportações até setembro, as vendas externas deste mês recuam e são 17% inferiores às de igual mês de 2019.

Já as importações da oleaginosa aumentam, somando uma média de 3.409 toneladas por dia útil, contra apenas 63 em outubro de 2019.

As exportações de arroz em casca recuam 42% neste mês, mas as do cereal beneficiado, devido a contratos firmados anteriormente pelos exportadores, se mantêm em alta.

A saca de arroz no mercado interno continua em patamares recordes, sendo negociada a R$ 105, com evolução de 129% em relação a igual período do ano passado.

O milho tem pouca variação nas exportações deste mês, em relação às de outubro de 2019, mas os preços internos continuam elevados. Estão em R$ 75 por saca, com alta de 69% em um ano.

Açúcar e carnes, que ainda têm forte demanda no mercado externo, também são negociados a preços recordes internamente.

Um quadro de aperto no balanço mundial de açúcar faz o ritmo das exportações da commodity aumentar muito neste ano. A saca está em R$ 94,8 no mercado interno, com alta de 44% em relação aos valores de há um ano. As exportações médias diárias deste mês superam em 137%, em volume, as de igual mês de 2019.

As carnes, também devido ao mercado externo, mantêm preços recordes. A arroba do boi está em R$ 269, e o quilo de suíno subiu para a R$ 9 nas granjas paulistas, segundo o Cepea.

Esses preços internos são sustentados pela demanda externa, uma vez que o volume de carne suína exportado neste mês é 52% superior ao de outubro de 2019. Carnes bovina e de aves têm aumentos de 6% e 3% nas vendas externas, respectivamente.

O ciclo de altas dos preços internos já está completando um ano, uma vez que se iniciou no último trimestre do ano passado.

Café pequeno Circula nas regiões produtoras de milho dos Estados Unidos que os acordos firmados entre brasileiros e americanos nesta semana são de pouca importância em relação ao que vem pela frente no setor de etanol. A conferir.

Mais potente A Bayer atualiza o roundup nos Estados Unidos. A formulação permite um controle mais eficiente contra as ervas daninhas, segundo a empresa. Mais concentrado, o produtor usará menos produto por hectare.

Efeito pandemia As importações de frango da União Europeia, que já vinham caindo, recuaram ainda mais na pandemia. As compras externas do bloco, excluído o Reino Unido, somaram 384 mil toneladas, com queda de 16% no ano.

Brasil cai menos Esses dados englobam os meses de janeiro a agosto. Neste período, os brasileiros exportaram 10% menos para os europeus, segundo dados do Eurostat.

Ainda não recupera O consumo de etanol hidratado somou 1,7 bilhão de litros em setembro, 8,7% mais do que em agosto. É uma retomada, mas o consumo de janeiro a setembro fica 16% abaixo do dos nove primeiros meses de 2019, segundo Antonio de Padua Rodrigues, diretor da Unica.

Fonte: Folha On-line – Coluna Vaivém das Commodities

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