Milho brasileiro ajuda a atender demanda do mercado chinês


A iniciativa da China de acrescentar o milho brasileiro à sua lista de compras ajudará na expansão dos canais de importação de milho e diminuir os riscos geoeconômicos, de modo a melhor garantir sua segurança de grãos, disseram os observadores do mercado na segunda-feira (09).

O primeiro navio a granel transportando 68.000 toneladas métricas de milho brasileiro para a China chegou a um porto em Dongguan, província de Guangdong, no sábado, marcando o estabelecimento de um novo corredor para o país sul-americano exportar milho para o mercado chinês, de acordo com um comunicado divulgado pela COFCO Corp, o maior comerciante de grãos e produtor de alimentos do país por receita de vendas.

As remessas, importadas pela COFCO, serão transportadas para processadores domésticos de ração através de rotas terrestres e aquáticas após quarentena e inspeção de desembaraço, disse a empresa estatal sediada em Pequim.

Para evitar riscos causados por fatores externos como o conflito Rússia-Ucrânia e a queda dos embarques de milho dos EUA para a China, é prático para a China diversificar as fontes de importação de milho, disse Ding Lixin, um pesquisador da Academia Chinesa de Ciências Agrícolas em Pequim.

O volume das importações de milho da China caiu 26,89% em uma base anual para 19,75 milhões de toneladas entre janeiro e novembro do ano passado, enquanto suas importações de milho a granel dos Estados Unidos e da Ucrânia caíram 26,3% e 31,95% em uma base anual, respectivamente, disse a Administração Geral de Alfândega da China.

Ma Tongchao, chefe de negócios de milho da COFCO Trading, uma subsidiária da COFCO, disse que o grupo espera fortalecer a cooperação agrícola China-Brasil e está disposto a importar produtos agrícolas brasileiros de alta qualidade para a China.

Estes esforços não somente oferecerão um enorme mercado para os agricultores brasileiros venderem seu milho e outros produtos agrícolas para a China, mas também atenderão a demanda interna. Portanto, é capaz de alcançar resultados vantajosos para ambas as partes, segundo Ma.

China e Brasil – sendo este último um importante produtor e exportador de milho – chegaram a um acordo sobre a importação de milho em maio de 2022. Mais de 130 comerciantes e cooperativas brasileiras receberam luz verde para exportar milho para a China em novembro do ano passado, disse o GAC.

Wang Yunchao, vice-presidente da COFCO International, braço internacional da COFCO, disse que mais embarcações carregadas com milho brasileiro, compradas pela COFCO, estão atualmente a caminho da China.

“Além de participar ativamente da cooperação agrícola global e da alocação de recursos agroalimentares, continuaremos a melhorar o layout dos recursos globais e dos sistemas industriais, bem como reforçar nossa competitividade internacional”, disse Wang.

O Brasil no hemisfério sul e a China no hemisfério norte se complementam na época de colheita do milho, e a importação de milho do Brasil diversificou os canais de abastecimento de milho na China, aliviando assim as flutuações sazonais e regionais de abastecimento, disse COFCO.

Para atender a demanda tanto dos consumidores domésticos quanto dos fabricantes de alimentos, a COFCO assinou mais de US$ 10 bilhões em contratos de compra com parceiros estrangeiros de países como Tailândia, Camboja, EUA, Canadá, Austrália, França, Cazaquistão, Rússia e Brasil em novembro do ano passado.

“Além da importação de óleo comestível, açúcar, carne, álcool e laticínios do mercado externo, compramos grãos e commodities a granel como trigo, milho e sorgo para atender à demanda das empresas nacionais de processamento de alimentos”, disse Luan Richeng, presidente da COFCO.

A COFCO estabeleceu um corredor alimentar estável entre os principais produtores de grãos do mundo e os mercados emergentes da Ásia, incluindo a rede que liga o Sudeste Asiático, as Américas do Norte e do Sul, a Austrália, a região do Mar Negro e outras regiões. Após anos de crescimento no mercado sul-americano, seus investimentos no Brasil atingiram mais de US$ 2,3 bilhões, de acordo com a declaração da empresa.

O valor de importação de grãos e produtos relacionados da China caiu 0,5% em uma base anual para US$ 19,67 bilhões durante o período de janeiro-novembro de 2022, mostraram dados da alfândega.

Fonte: China Daily e China2Brazil

 

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