Portos do Paraná e UFPR vão monitorar sedimentos na Serra do Mar


A partir de março, a Portos do Paraná vai monitorar, em oito pontos nas encostas da Serra do Mar, os sedimentos que descem com a chuva e assoreiam as baías de Antonina e Paranaguá. A parceria da empresa pública com a Universidade Federal do Paraná (UFPR) é inédita e tem objetivo de fornecer dados para projetos futuros de redução de danos.

Os pesquisadores farão análise da quantidade e do tipo do material que chega ao mar. Com isso, a expectativa é reduzir a necessidade da dragagem de manutenção nos portos paranaenses, preservar o Meio Ambiente e gerar novas fontes de renda para os proprietários de terras em áreas degradadas.

“A intenção é que os professores e pesquisadores nos ajudem a construir um material acadêmico que nos ajude a encontrar soluções para recuperação destas áreas, com ganhos no aspecto ambiental e reflexo na operação portuária”, apontou o presidente da Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia.

Segundo o Reitor da UFPR, professor Ricardo Marcelo Fonseca, o projeto representa ganhos para todos os envolvidos.  “A Universidade tem expertise, ciência, um compromisso com a inovação e o desenvolvimento sustentável. Com isso, é capaz de contribuir com aquilo que o Porto precisa para implementar um serviço cada vez melhor. Ao mesmo tempo, isso reverte para a Universidade na pesquisa, no ensino e na extensão”, destacou.

INOVAÇÃO: O diretor de Meio Ambiente da Portos do Paraná, João Paulo Ribeiro Santana, conta que o projeto é inédito e não existem registros de ações semelhantes em nenhum outro porto do mundo. “Foi feito um levantamento e esse trabalho de monitoramento que vai ser feito em áreas de sistemas agroflorestais é pioneiro no setor portuário. O que existe hoje é a recuperação de área degrada com sistemas agroflorestais, mas nunca executado por um porto”, conta.

“Outra inovação é o monitoramento do sedimento que as águas das chuvas carregam para dentro da baía, ou seja, quanto a gente vai evitar de terra e outros materiais sendo carreados até o mar e que danificam o terreno por onde passam”, justificou.

PRAD: O estudo faz parte do Programa de Recuperação de Áreas Degradadas, condicionante imposta pelo ICMBio. “Nós instalaremos oito parcelas de monitoramento em diferentes estágios de agroflorestas e faremos alguns controles com solo exposto e floresta em estágio avançado. A ideia é, ao longo de 28 meses, medir quanto de sedimento sai dessas encostas e estimar a quantidade de toneladas que chegam ao estuário em Paranaguá, por ano”, explica o professor Eduardo Vedor de Paula, coordenador geral do projeto.

Também estiveram presentes no encontro o Gerente de Meio Ambiente Thales Trevizan e a analista portuária e bióloga Jaqueline Dittrich, que irão acompanhar de perto os estudos pela empresa pública.

Foto: Rodrigo Sell

 

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