Rumo e DP World firmam acordo para terminal de grãos em Santos


A Rumo, operadora logística do grupo Cosan, firmou um memorando de entendimento com a DP World para construir um novo terminal voltados à exportação de grãos e à importação de fertilizantes no Porto de Santos.

O empreendimento ainda será alvo de estudos e terá que passar pela análise de órgãos reguladores e ambientais, mas a projeção é que as obras possam ter início em 2022, para que sejam entregues entre 2023 e 2024.

A ideia é construir a nova estrutura dentro do terminal privado da DP World, na margem esquerda do porto. A companhia, sediada em Dubai, é uma das grandes operadoras de contêineres em Santos e, desde 2019, também movimenta celulose, em uma parceria de longo prazo com a fabricante Suzano. Para construir os dois novos berços de atracação de navios, será feito um píer, perpendicular ao cais.

Para a Rumo, os novos terminais são parte de um grande plano de expansão de sua operação logística, voltada ao escoamento da produção agrícola do Centro-Oeste do país para Santos. Com a realização de investimentos bilionários em sua malha ferroviária, o grupo quer garantir que não haverá gargalos no porto.

“Somos o elo de uma grande cadeia: o produto, para chegar ao mercado final, precisa de terminais de transbordo no interior, de ferrovia e de capacidade portuária. Então é importante que todo esse ecossistema cresça de acordo com a demanda”, afirmou o vice-presidente comercial da Rumo, Pedro Palma.

Hoje, a empresa já tem participação societária em outros terminais no porto de Santos: o Terminal XXXIX (parceria com Caramuru Alimentos), o Terminal de Granéis do Guarujá (TGG, em sociedade com Amaggi e Bunge) e o Terminal Marítimo do Guarujá (Termag, com a Bunge).

No entanto, a avaliação é que será preciso mais estrutura para comportar o crescimento projetado. Até 2026, a Rumo terá que ampliar a capacidade da Malha Paulista, ferrovia que desemboca no porto de Santos, dos atuais 35 milhões de toneladas por ano para 75 milhões de toneladas. O compromisso foi firmado durante a renovação antecipada da concessão, em troca de R$ 6 bilhões de investimentos.

Além disso, a empresa está em fase de conclusão das obras da ferrovia Norte-Sul, arrematada em março de 2019, em leilão promovido pelo governo federal. A operação deverá ter início a partir do primeiro semestre de 2021 e irá interligar as regiões produtoras de Goiás, Tocantins e Minas Gerais ao cais santista.

Com os novos terminais em parceria com a DP World, a previsão é que o porto amplie sua capacidade de exportação de grãos em 8 milhões de toneladas por ano. No caso da importação de fertilizantes, o aumento será de 3 milhões de toneladas por ano, segundo os estudos preliminares.

O valor do investimento não foi revelado, porque ainda está em análise, diz o executivo.

Para efeitos de comparação, uma fonte de mercado estima que os recursos aportados no novo complexo portuário deverá ser de aproximadamente metade do investimento feito no terminal da VLI em Santos, de R$ 2,3 milhões – ou seja, tende a ficar na faixa de R$ 1 bilhão.

Ainda não está definido de que forma a Rumo entrará na parceria – se com uma parcela dos recursos ou apenas como garantidora da carga que chegará ao terminal, por meio de contratos de “take-or-pay”, nos quais o usuário se compromete a pagar uma remuneração mínima pela prestação do serviço, independente da movimentação.

O projeto também prevê a construção de um acesso ferroviário novo, independente do ramal utilizado hoje pelo terminal.

Fonte: Valor Econômico

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