Sauditas suspendem compras de carnes de cinco frigoríficos


A Arábia Saudita suspendeu as compras de carne bovina de cinco frigoríficos brasileiros do estado de Minas Gerais em função dos dois casos atípicos de mal da vaca louca, ou encefalopatia espongiforme bovina (EEB), registrados no Brasil. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) confirmou no começo deste mês o registro dos casos, um deles em Canaã do Norte, no Mato Grosso, e o outro em Belo Horizonte, capital mineira.

O Ministério da Agricultura explicou em nota de esclarecimento que os casos atípicos ocorrem de maneira espontânea e esporádica e não estão relacionados à ingestão de alimentos contaminados, não representando risco para saúde humana e animal. Os casos foram detectados em inspeção pré-abate. Segundo o Mapa, são o quarto e quinto casos de EEB atípica registrados em mais de 23 anos de vigilância sanitária para a doença. Nunca houve registro de casos clássicos de mal da vaca louca no Brasil, de acordo com o ministério.

Em entrevista nesta terça-feira (14), o secretário-geral e CEO da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, Tamer Mansour, afirmou acreditar em reversão rápida da suspensão da Arábia Saudita. Ele informou que não há interrupção de compras por parte de outros países árabes e que a Câmara Árabe está trabalhando para que isso não aconteça. “Entendo que é uma decisão da Arábia Saudita por precaução”, disse Mansour.

“A Arábia Saudita está no direito de abordar e verificar os casos de perto, mas com a transparência com que o Ministério da Agricultura e a nossa ministra, Tereza Cristina, vêm tratando o caso, não tenho dúvidas que a reversão da situação ocorrerá o mais rápido possível”, disse o secretário-geral. Mansour também não acredita em suspensão de frigoríficos de outros estados, já que a carne dos animais seria processada nas unidades de Minas Gerais.

Segundo dados da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), a Arábia Saudita foi o 9º maior destino da carne bovina do Brasil no exterior de janeiro a agosto. O país comprou 25,4 mil toneladas por US$ 117 milhões. Outros dois países árabes, o Egito e os Emirados Árabes Unidos, compram carne bovina em volumes maiores do Brasil do que os sauditas, os egípcios na sexta posição entre os importadores e os Emirados na oitava.

O Ministério da Agricultura informou que, após a confirmação dos casos, no dia 03 de setembro deste ano, o Brasil notificou oficialmente a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), conforme pedem as normas internacionais. O Mapa esclareceu que a OIE exclui a ocorrência de casos de EEB atípica para efeitos do reconhecimento do status oficial de risco do país. Desta forma, o Brasil mantém sua classificação como país de risco insignificante para a doença, não justificando qualquer impacto no comércio de animais e seus produtos e subprodutos.

Fonte: ANBA

 

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