SCPar quer ampliar capacidade operacional de São Francisco


Novo portão de acesso e inauguração da primeira torre do novo sistema de iluminação da zona primária marcam aniversário de 63 anos do porto, que investe em novo modelo de gestão

A assinatura da ordem de serviço para a construção do portão de acesso “gate in” e  a inauguração da primeira torre do novo sistema de iluminação da zona primária da SCPar Porto de São Francisco do Sul foram as principais novidades anunciadas durante a solenidade de comemoração dos 63 anos do sistema portuário. A previsão é de que, com a implantação do novo sistema de iluminação e o novo portão de acesso, a capacidade operacional do porto aumente em pelo menos 50%. O investimento total é de R$ 10 milhões para a conclusão dos serviços.

A construção do novo portão de acesso tem aporte de R$ 4,7 milhões e prazo de nove meses de execução. De acordo com o  diretor presidente da SCPar Porto de São Francisco do Sul, Luís Henrique Furtado, o investimento vai permitir dobrar a capacidade de atuação do terminal. Atualmente, o porto possui um acesso com duas balanças bidirecionais. Com a obra, será construído um novo portão e serão instaladas mais três balanças rodoviárias eletrônicas. Esse avanço é importante para facilitar a operação e manter o terminal entre os sete mais competitivos do Brasil.

Ao final, serão sete novas torres de iluminação, fundamentais para garantir a segurança das operações. As obras, com investimento de R$ 5,3 milhões, começaram em janeiro de 2018 e terminarão em outubro. “Esse momento é histórico e impõe um divisor de águas para o porto porque são investimentos que irão tornar o terminal mais competitivo e alavancar o crescimento no cenário nacional”, destacou o secretário da Agência de Desenvolvimento Regional (ADR) de Joinville, Volnei Francisco Batista. 

Inaugurado em julho de 1955, o Porto de São Francisco do Sul iniciou operações movimentando, principalmente, madeira e a erva mate para exportação. Atualmente, o porto é um dos maiores em movimentação de cargas no estado. Detém a terceira posição no Sul do Brasil em granel sólido e é o sexto maior do país em  movimentação de carga geral.

Modelo de gestão 

Paralelamente, a SCPar Porto de São Francisco do Sul quer ser o primeiro porto público do país a garantir a certificação ISO 9001. A busca é uma das metas de trabalho traçada pelo presidente, Luís Henrique Furtado. A certificação está inserida no modelo de gestão chamado de “Novo Porto”, que faz parte de um programa dividido em três fases: Programa 5S, Programa de Indicadores e Metas e Programa de Gestão de Processos de Negócios do Porto.

A aplicação dessa nova cultura no porto catarinense é realizada em parceria com a Fundação de Estudos e Pesquisas Socioeconômicos (Fepese) da UFSC, que primeiramente fez um diagnóstico do perfil organizacional do terminal, da estrutura e dos servidores, além de indicar ações que irão melhorar a gestão. Os objetivos são proporcionar mais eficiência, reduzir custos, melhorar a qualidade dos serviços, minimizar os riscos de acidentes, além de aumentar a qualidade de vida das pessoas

Programa 5S

O Programa 5S busca criar uma nova filosofia de trabalho, por meio de mudanças comportamentais com foco na organização, ordenação, limpeza, saúde e disciplina que precisam ser praticadas por todos os colaboradores. Em São Francisco do Sul, o programa teve início em outubro de 2017, com a definição de nove áreas físicas para a implantação, criação de grupos de facilitadores, de responsáveis pelas áreas e de equipe de auditores. “Todos os colaboradores já passaram por uma capacitação. O grande desafio é tornar o ambiente de trabalho mais funcional e criativo”, explica o professor da Unisul e coordenador do projeto pela FEPESE, Ademar Dutra.

Até o momento, já foram realizadas três auditorias. A quarta está prevista para para agosto. Os resultados são divulgados para todos os colaboradores, sendo premiadas as três melhores áreas. “As iniciativas partem dos próprios funcionários, dos gestores e do presidente, que fiscaliza e acompanha a aplicação do programa. Os gestores já passam a exigir dos prestadores de serviço um novo padrão, com maior organização e limpeza”, observa Dutra.

A implantação do Programa 5S está possibilitando maior integração entre as áreas administrativa e operacional do porto, já que tem-se priorizado que os auditores que atuam na área administrativa observem setores da área operacional e vice-versa.

Programa de Indicadores e Metas

A definição de indicadores e metas no Porto de São Francisco do Sul visa estabelecer os resultados que cada equipe de trabalho deve gerar. De forma participativa, foram identificados os indicadores mais importantes para cada área. Com a assimilação de metas e indicadores por parte dos gestores e colaboradores, pretende-se realizar um planejamento estratégico para garantir resultados a curto, médio e longo prazos.

 Partindo da premissa de que “sem medição não há gestão”, o presidente da SCPar quer gerenciar com base em dados e evidências, com a implantação gradativa da meritocracia, que deve resultar em um Programa de Participação dos Lucros e Resultados. “Como empresa, o porto precisa apresentar resultados consistentes para atender a demanda do governo do estado e da sociedade, que precisa de um porto competitivo”, observa Luís Henrique Furtado. Em agosto, em um evento externo, os dirigentes do porto vão elaborar o Planejamento Estratégico, com a atualização da visão, missão, dos valores e objetivos estratégicos, envolvendo a aplicação da matriz SWOT, que contempla  forças, oportunidades, fraquezas e ameaças inerentes ao ambiente interno e externo de atuação do Porto. 

Programa de Gestão de Processos

A gestão dos processos visa à identificação dos fluxos de trabalho com início, meio e fim bem definidos, contemplando os insumos e serviços desenvolvidos no porto e permitindo uma visão integrada dos serviços gerados em cada área. Após o mapeamento, serão constituídas equipes de melhoria para cada macroprocesso com o objetivo de aperfeiçoar os serviços.

 Segundo o professor Ademar Dutra, as melhorias irão impactar principalmente na incorporação de novas tecnologias, na integração de equipes e na reestruturação de competências do porto. A etapa de mapeamento, por exemplo, permite que os servidores tenham uma visão sistêmica e global de tudo o que se faz na empresa. “É surpreendente ver que pessoas que trabalham no mesmo espaço físico não tenham conhecimento do que o colega desenvolve e do impacto que isso gera ao cliente final”, observa.

Também está em andamento a reestruturação de setores do Porto, com destaque para o resgate da função de fiscalização que é exigida pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) e pela legislação do setor. Assim, equipes de fiscal de carga e fiscal de pátio estão sendo implementadas, já que a atividade portuária é exercida por diversos atores. Dentre as estratégias que estão sendo utilizadas para a implementação dos processos de melhoria estão o envolvimento de todos os colaboradores, a realização de visitas técnicas a empresas de renome nacional e a capacitação técnica de todos os gestores do porto. De acordo com o Consultor do Programa “o fato do Presidente Furtado ter atuado na área operacional do Porto e, também na área administrativa, faz toda a diferença, já que esta experiência é fundamental para a implantação do novo modelo de gestão e dos processos de melhoria”. /

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