Aeroporto de Congonhas testa embarque por reconhecimento facial com tripulantes


O programa Embarque+Seguro 100% Digital do Governo Federal, com uso de reconhecimento facial biométrico, iniciou na última semana testes com pilotos e comissários de bordo no Aeroporto de Congonhas (SP). A tecnologia dispensa a apresentação dos documentos de identificação dos tripulantes no momento de acesso à sala de embarque e aeronaves. O objetivo é tornar mais eficiente, ágil e seguro o processo de embarque nos aeroportos.

Como parte do programa de transformação digital do país, o Embarque +Seguro foi idealizado pelo Ministério da Infraestrutura (MInfra), em parceria com a Secretaria Especial de Desburocratização, Gestão e Governo Digital do Ministério da Economia. Coube ao Serpro, empresa de tecnologia do Governo Federal, desenvolver a solução tecnológica. A plataforma conta com a contribuição ainda da Secretaria Nacional de Aviação Civil (SAC), Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Infraero, companhias aéreas, operadoras de aeroportos e empresas de tecnologia da informação.

Inicialmente, estão sendo realizados testes com tripulantes das empresas aéreas Azul, Gol e Latam com base em Congonhas. A fase de testes terá duração de 15 dias, podendo ser ampliada, e será estendida para o Aeroporto Santos Dumont (RJ). A tecnologia das estações de identificação facial foi desenvolvida pelas empresas Digicon e Idemia.

O projeto para tripulantes foi viabilizado graças à implementação da CHT Digital, o documento de identificação de tripulantes desenvolvido pela Anac. As informações da CHT serão consultadas na base de dados do Governo Federal, por meio de sistema desenvolvido pelo Serpro para o programa Embarque +Seguro.

EVOLUÇÃO – O teste com tripulantes traz duas novas tecnologias criadas pelo gov.br: a carteira digital do tripulante e o reconhecimento biométrico do Embarque + Seguro. “É algo realmente inovador, que dispensará totalmente o manuseio de documentos físicos para que pilotos e comissários acessem salas de embarque e aeronaves. Estamos empolgados com essa evolução”, disse o secretário nacional de Aviação Civil, Ronei Glanzmann. Segundo o secretário, as tratativas entre SAC/MInfra, aeroportos e companhias aéreas estão em fase adiantada para a implantação definitiva do embarque biométrico nos aeroportos do país já em 2022.

Para o diretor-presidente da Anac, Juliano Noman, o avanço da implantação do reconhecimento facial nos aeroportos mais movimentados do país é fundamental para o crescimento da aviação civil e tem potencial de colocar o setor aéreo brasileiro entre os mais avançados em tecnologia.

“Essa ação visa facilitar e simplificar a vida de cada usuário do transporte aéreo, sejam eles passageiros ou tripulantes. Contribui também para aumentar o nível de segurança nos aeroportos e a confiabilidade na identificação, ao permitir a interação com o reconhecimento facial do CHT Digital de tripulantes, que é uma entrega do Voo Simples, nosso programa voltado para modernização e desburocratização da aviação brasileira”, reforçou.

VANGUARDA – De acordo com o presidente do Serpro, Gileno Barreto, a tecnologia do Embarque + Seguro é inovadora e coloca o Brasil na vanguarda neste movimento do Governo Federal de impulsionar a transformação digital no Brasil. “O Embarque + Seguro combina a validação biométrica e análise de dados, garantindo uma conferência precisa, ágil e segura da identidade, agora também, de tripulantes. A tecnologia garante o acesso às áreas restritas dos aeroportos com mais conforto e tranquilidade e traz mais agilidade às viagens aéreas”, enfatiza.

Gileno ressalta, ainda, o compromisso com a privacidade dos dados do cidadão. “A solução atende à Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) e tem por premissa a segurança no tratamento dos dados pessoais contra uso indevido ou não autorizado”, salientou.

O diretor de operações da Infraero, Brigadeiro André Luiz Fonseca, que esteve em Congonhas junto com o comandante Ondino Dutra, presidente do Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA), para o início dos testes com a tripulação, destaca que o Aeroporto de Congonhas é o primeiro do Brasil a testar a tecnologia com tripulantes. “O Embarque + Seguro está na vanguarda dos movimentos que priorizam a segurança e a agilidade nos processos aeroportuários”, afirmou.

COMO FUNCIONA – No momento do controle de acesso à Área Restrita de Segurança (ARS), um equipamento de leitura biométrica coleta a leitura facial do tripulante e valida os parâmetros biométricos junto à base de dados da CHT Digital, confirmando se o indivíduo é tripulante da aviação civil e a validade do documento.

Se a identificação biométrica for positiva, o tripulante terá o acesso liberado à ARS do aeroporto sem a necessidade de apresentação de documentos para o acesso, evitando o contato do tripulante e do agente de controle de acesso fisicamente aos documentos (procedimento touchless). Em caso negativo, a CHT do tripulante e o documento de identificação do operador aéreo poderão ser verificados e validados manualmente por um agente do operador aeroportuário responsável pelo controle de acesso à ARS. O procedimento de controle de acesso, por meio de biometria facial, não exime o tripulante de se submeter à inspeção de segurança aeroportuária.

Foto: Divulgação/Amadeus

 

Anterior Estudo mostra principais ameaças climáticas em 21 portos públicos brasileiros
Próximo Ministro do TST debate trabalho portuário em seminário na Portos do Paraná