“Concretizar o sonho do túnel Santos-Guarujá”, assim abria há mais de dois anos o anúncio de posse da diretoria da Autoridade Portuária de Santos (APS). Agora, nesta sexta-feira, dia 05 de setembro, na B3, em São Paulo-SP, o compromisso da gestão chega à sua melhor forma, com o leilão para a construção e operação do túnel Santos- Guarujá.
“Foram cem anos de debates, de projetos, de sonhos interrompidos e retomados. Cem anos em que homens e mulheres dedicaram suas vidas para que este momento fosse possível”, afirma o presidente da APS, Anderson Pomini.
Já pensado desde o início do século 20, o projeto de ligação seca entre as duas margens do Porto de Santos foi elaborado há 15 anos, durante a gestão do então governador de São Paulo, e hoje vice-presidente da República, Geraldo Alckmin. O projeto recebeu a primeira licença ambiental, o que permitiu a celeridade da atual retomada do processo.
Duas empresas disputam o leilão. A obra será realizada com recursos da União, por meio da APS, complementada com verba do governo estadual, e está estimada em R$ 6,8 bilhões. O concessionário terá concessão por 30 anos, com retorno do ativo à União/APS. O aporte financeiro da APS viabilizará a obra de natureza infra viária, reforçando a governança do empreendimento.
A APS atua como interveniente e articuladora da comunidade local, aprovando previamente e mitigando impactos regionais e operacionais.
Benefícios do túnel Santos-Guarujá
Além dos benefícios diretos ao Porto de Santos e as cidades de Santos e Guarujá, o túnel permitirá maior integração entre os nove municípios da Região Metropolitana da Baixada Santista, beneficiando cerca de dois milhões de pessoas/dia.
Diretamente, hoje, são cerca de 80 mil pessoas que cruzam diariamente o canal. A travessia de balsas, considerada a mais movimentada do mundo (27 mil veículos/dia). Os veículos de carga, que precisam rodar mais de 40 quilômetros para fazer o percurso, terão o deslocamento reduzido de 40 minutos para pouco mais de 1 minuto.
Para o meio ambiente, a implantação desta ligação será decisiva, com a redução de 70 mil toneladas de CO₂/ano, ao encurtar o percurso de 45 km (5 mil caminhões/dia) para apenas 960 metros.
O Porto de Santos ganha em competitividade, com o aumento da segurança da navegação, que não terá mais o cruzamento dos cargueiros com as balsas de ligação urbana. A expansão das operações portuárias será beneficiada, com acréscimo de áreas na margem esquerda.
Além de outras melhorias diretas à população e à economia nacional, a construção do túnel chega em um momento estratégico, com a implantação do maior terminal de contêineres do complexo, o Tecon Santos 10, com capacidade de 3,5 milhões de TEUs), que colocará Santos entre os 20 maiores portos do mundo.