Rentabilidade da soja para safra 2023/24 é positiva e quase dez vezes maior que da atual temporada


Os futuros da soja voltaram a subir e fecharam o pregão desta quinta-feira (17) com ganhos de 7 a 9,25 pontos nos principais vencimentos, levando o novembto a US$ 13,30 e o maio/24 a US$ 13,50 por bushel. Mais uma vez, o grão subiu apoiado no óleo de soja – que encerrou os negócios com ganhos de mais de 1,5% -, mas de olho também nas condições climáticas dos EUA, embora com o mercado já tendo precificado parte destas preocupações.

Como explicou o diretor da Cogo Inteligência em Agronegócio, Carlos Cogo, as imagens atualizadas do Drought Monitor mostram que as áreas de soja sob condições de seca caíram consideravelmente para 38% em relação aos 63% do auge da seca na safra, em 27 de junho. Além disso, agosto tem sido um mês de boas chuvas, momento em que são determinantes para a definição do rendimento das lavouras americanas.

Para Cogo, o USDA não deve revisar a produtividade da soja dos EUA em seu novo boletim mensal de oferta e demanda, mas será necessário monitoramento.

Do mesmo modo, alerta para os atuais patamares assumidos pela soja na Bolsa de Chicago neste momento, com todos os mais negociados acima dos US$ 13,00 por bushel. “O patamar de preços mudou muito nos últimos dois meses e não podemos ignorar isso”, diz. Além disso, um de seus levantamentos mostra que, atualmente, os contratos futuros mais de 12 meses a diante estão todos acima da média dos últimos dez anos, de US$ 11,26 por bushel.

E embora o atual cenário crie um cenário bastante favorável para o produtor brasileiro, o mesmo não tem estimulado um desenvolvimento mais intenso da comercialização, em especial da safra nova. As compras de insumos estão atrasadas, bem como as vendas antecipadas ou operações de barter e, quanto mais se atrasam, maior o risco de se vender um volume maior de soja a um preço menor.

Afinal, os prêmios já se mostram negativos para todo o primeiro semestre de 2024. Ainda assim, com a composição trazida pelos demais vetores formadores de preços, as médias são atrativas e as margens, saudáveis.

Acompanhe os cálculos de referências apresentados por Carlos Cogo em sua entrevista ao Notícias Agrícolas nesta quinta-feira.

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