Brasil quadruplica venda de trigo ao mercado árabe


 Brasil mais que quadruplicou o volume exportado em trigo aos países árabes no começo deste ano, saindo de 241,5 mil toneladas de janeiro a abril de 2021 para 1,02 milhão de toneladas nos mesmos meses de 2022, uma alta de 326%, de acordo com informações compiladas pela Câmara de Comércio Árabe Brasileira com base em dados do governo federal.

mercado mundial de trigo sofre dificuldade de abastecimento em função da guerra entre Rússia e Ucrânia, importantes fornecedores do setor, e o Brasil está aumentando as exportações na área. No primeiro quadrimestre, o Brasil enviou ao exterior 2,3 milhões de toneladas de trigo contra 568 mil toneladas nos mesmos meses de 2021, um crescimento de 313%. Quase a metade foi para os árabes. O valor exportado subiu mais, de US$ 122 milhões para US$ 714 milhões.

Assim como na exportação geral brasileira, o aumento das exportações de trigo para o mercado árabe em valores também cresceu mais do que em volume. Isso é reflexo dos preços maiores do produto no mercado internacional. O Brasil faturou US$ 311 milhões com venda de trigo a países árabes de janeiro a abril, receita 485% superior do que em iguais meses de 2021. A tonelada foi vendida por valor 37% maior neste ano do que no começo do ano passado.

O secretário-geral e CEO da Câmara Árabe, Tamer Mansour, afirmou que se trata de uma substituição do fornecimento da Ucrânia, especialmente no caso das compras do Egito, país com o qual a relação do Brasil está crescendo muito e que, segundo o secretário-geral, deve avançar ainda mais depois da visita do ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Brasil, Marcos Montes, e do secretário especial de Assuntos Estratégicos, Flávio Rocha, ao país em maio. Mansour entende a compra de trigo do Brasil pelos árabes como uma substituição natural em função do cenário externo atual.

Quatro países árabes fizeram compras significativas e aumentaram suas importações de trigo do Brasil nos quatro primeiros meses do ano. O maior mercado para o produto na região foi a Arábia Saudita, com importações de 505 mil toneladas e avanço de 258% em volume. Os sauditas foram o principal comprador do trigo brasileiro entre todos os países, não apenas entre os árabes, de janeiro a abril. Já o Marrocos adquiriu 360 mil toneladas em trigo brasileiro, com alta de 632% sobre os quatro primeiros meses do ano passado. O Sudão comprou 146,3 mil toneladas e o Egito, 46,2 mil toneladas. Os dois últimos não tinham importado trigo do Brasil no começo de 2021.

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