Egito proíbe a exportação de cebolas até o final de 2023


O primeiro-ministro do Egito, Mostafa Madbouly, assinou um decreto proibindo a exportação de cebolas do país até o final deste ano. A decisão foi tomada com o objetivo de controlar os aumentos sem precedentes do preço do produto no mercado interno, que varia entre 25 e 30 libras egípcias (equivalentes a US$ 0,80 a US$ 0,96 pela cotação atual) por quilo, sendo que o valor médio não ultrapassava 10 libras (US$ 0,32) no início do ano.

As cebolas ficaram em terceiro lugar no ranking das exportações agrícolas do Egito entre janeiro e julho de 2023, com um total de 351,899 mil toneladas embarcadas. Em primeiro lugar na lista estiveram as frutas cítricas, com um total de um 1,9 milhão de toneladas, seguidas pelas batatas, com 896,4 mil toneladas.

O presidente da Câmara de Comércio do Cairo, Ayman El-Ashry, acredita que a decisão levará ao controle dos preços nos mercados e que os valores devem cair, especialmente com a aproximação da nova safra de cebolas. Segundo ele, a Divisão de Hortaliças e Frutas da Câmara acompanha diariamente o movimento comercial nos mercados em todos os setores e faz relatórios sobre os últimos acontecimentos, nível de preços das commodities e o volume da oferta.

O presidente do Conselho Administrativo e CEO da empresa Frutella Food Industries, Ahmed Sarhan, especializada na exportação de produtos agrícolas e frutas cítricas, entende que os governos trabalhem, em primeiro lugar, para que os cidadãos tenham acesso a produtos com preços razoáveis. As mudanças climáticas vêm causando danos às culturas agrícolas. A safra de cebola na Índia foi prejudicada, sendo o país o maior exportador mundial do produto.

Ele acredita que proibir a exportação de cebolas contribui para limitar o aumento dos preços no mercado local e até mesmo para reduzi-los ligeiramente, mas o impacto não será significativo porque a temporada de exportação está prestes a terminar e a quantidade enviada ao exterior é baixa. A temporada de exportação de cebolas do Egito vai da segunda quinzena de fevereiro e até o final do ano. Nos meses de maio, junho e julho ocorre o pico das vendas.

Sarhan apontou que a queda na produção de cebolas do Egito neste ano afetou o volume da oferta e coincidiu com o aumento da demanda nos mercados internacionais, bem como com o crescimento significativo dos custos da agricultura com fertilizantes, sementes, mão de obra, entre outras necessidades para produzir.

Foto: Mohamed Abdel Hamid/Anadolu Agency/AFP

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