A reunião anual da coordenação das Câmaras de Comércio Árabe-Estrangeiras participantes, realizada nesta segunda-feira (17) na sede da Secretaria-geral da Liga das Nações Árabes, chamou a atenção para a necessidade urgente da realização de um elo eletrônico entre as alfândegas dos países árabes, com o objetivo de facilitar a movimentação de mercadorias.
A reunião foi presidida por Ahmed Aboul Gheit, secretário-geral da Liga das Nações Árabes, Abdullah Muhammad Al Mazrouei, presidente da União das Câmaras Árabes, e Khaled Hanafi, secretário-geral da União das Câmaras Árabes. Participaram da reunião presidentes estrangeiros, vice-presidentes árabes e secretários-gerais das câmaras conjuntas. Da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, participou o CEO e secretário-geral, Tamer Mansour (na foto acima, na ponta direita).
Ahmed Aboul Gheit elogiou os esforços das câmaras de comércio no desenvolvimento de suas atividades e dos seus serviços na criação de novos eventos, bem como a coordenação e cooperação entre as câmaras conjuntas para implementar novos projetos em que estão trabalhando, especialmente no que diz respeito às plataformas de redes digitais.
Gheit ressaltou que essas instituições bem estabelecidas recebem todo apoio do setor econômico da Liga das Nações Árabes, pois exercem um papel importante no âmbito do trabalho econômico árabe mútuo, além de atrair investimentos.
O presidente da Federação das Câmaras Árabes, Abdullah Muhammad Al Mazrouei, parabenizou as câmaras pelos seus esforços e trabalho contínuo, apesar dos desafios impostos pela pandemia do coronavírus que afetou a economia global e árabe, e da posição de prestígio alcançada como pontos de contato avançados entre os países árabes e os países amigos.
Al Mazrouei observou as conquistas alcançadas e o maior papel esperado das entidades em vista da crescente necessidade nos desenvolvimentos atuais. Essa expectativa tem em vista a orientação do mundo para a economia digital, para atender às necessidades do desenvolvimento dos países árabes em uma base mais equilibrada e justa. Também se espera que aumente o ritmo de integração da economia árabe no sistema econômico internacional e a generalização da transferência da tecnologia moderna e avançada para o desenvolvimento sustentável e para fortalecer a inovação, o empreendedorismo e vários setores vitais.
O secretário-geral da União das Câmaras Árabes, Khaled Hanafi, destacou que as câmaras conjuntas árabes e estrangeiras constituem um bloco influente nos meios políticos e econômicos de seus países-sede, pois sempre buscam desenvolver a diplomacia econômica e dar importância para o papel das câmaras, que não é apenas um protocolo, mas um interesse para que a economia gere riqueza nos países envolvidos e contribua para o desenvolvimento.
Hanafi disse que as câmaras de comércio são consideradas ‘casas de experiência’, e que são as vias principais de comunicação entre ambos os lados, árabe e estrangeiro, com o objetivo de criar alianças econômicas e acompanhar o desenvolvimento econômico global, especialmente no que diz respeito à economia digital, como o blockchain e os bancos de dados conjuntos.
Ele ainda ressaltou a importância de transformar crises em oportunidades. “Isso foi feito pelas câmaras conjuntas durante a pandemia de covid-19 que atingiu o mundo desde o final de 2019, pois as câmaras continuaram prestando seus serviços, implementando seus programas e atividades e organizando fóruns especializados virtualmente”, disse.
Hanafi incentivou as alfândegas árabes a criarem um elo eletrônico com as câmaras conjuntas para acelerar o processo de registro e do desembaraço de mercadorias, além da necessidade de estabelecer um programa de trabalho conjunto entre as câmaras da União e da Liga Árabe, para criar diversas atividades culturais que possam ajudar a aproximar as pessoas e, assim, aumentar as relações em todas as diferentes áreas e criar programas de treinamento entre as Câmaras Árabes.
O secretário-geral da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira, Tamer Mansour, disse que a reunião anual de coordenação das câmaras de comércio árabe-estrangeiras discutiu muitos pontos essenciais e importantes, entre eles a identificação das atividades das câmaras conjuntas durante os dois anos da pandemia (2020-2021), e o plano de trabalho das câmaras durante o ano em curso.
Mansour acrescentou que a reunião também abordou as experiências das câmaras conjuntas no campo da economia digital, que foi em grande parte imposta pela pandemia de covid-19 nos últimos dois anos. Também foi acordado organizar a semana de salas conjuntas e participar no Fórum Mundial dos Empreendedores (WEIF 2022) e da segunda edição do Rali Árabe, durante o período de 28 a 30 de março próximo, na Expo 2020 Dubai.
