Japão coloca em operação primeiro navio de carga automático do mundo


Os dois primeiros navios porta-contêineres totalmente autônomos do mundo começaram a operar no Japão. A tecnologia é resultado de uma parceria entre a instituição sem fins lucrativos Nippon Foundation e as empresas de carregamento Mitsui Lines e Japan Railway Construction. O objetivo é avançar na construção e testagem de navios e balsas de carga autônomos, além de caminhões anfíbios.

As organizações esperam que a tecnologia possa ajudar o comércio de carregamentos a se manter forte no futuro, levando em conta as dificuldades que o Japão tem enfrentado para manter sua produtividade, enquanto a população do país envelhece.

Uma das embarcações, a Mikage, com 95 metros, foi o primeiro navio de carga automático a ser testado. A embarcação saiu do Porto de Tsuruga, no Mar do Japão, no fim de janeiro, e viajou 161 milhas náuticas (298,17Km) até o Porto de Sakai, perto de Osaka, usando um sistema de sensores por radar, câmeras e direcionamento por satélite para navegar.

O Mikage chegou a ancorar sozinho no fim de sua viagem, usando drones para lançar as cordas aos trabalhadores do Porto que estavam esperando para prender o navio.  A Mitsui Lines testou seu segundo navio automático, apelidado de Suzaku, numa viagem entre a Baía de Tóquio e a Baía de Ise, ocorrida no dia 5 de Fevereiro, segundo informações do The Quartz.

Ao contrário de testes anteriores com embarcações automáticas, como o do navio Norueguês Yara Birkeland, as embarcações japonesas são as primeiras a serem consideradas como totalmente automáticas. Isso porque o navio norueguês fez sua viagem de inauguração, em novembro do ano passado, com uma equipe humana a bordo.

As embarcações automáticas são o futuro da navegação?

De acordo com o site da ‘Nippon Foundation’, a indústria de navegação costeira do Japão identificou como urgente a necessidade de “reduzir requisitos de mão de obra levando em conta uma força de trabalho marítima que está envelhecendo e diminuindo”.

The Quartz destaca, no entanto, que grandes companhias internacionais de navegação ainda não estão totalmente convencidas sobre o uso dos navios automáticos. A análise destaca que as empresas de navegação podem se beneficiar mais do investimento em eficiência para controle de suas embarcações do que automatizando toda sua força de trabalho.

O CEO da gigante Maersk, Søren Skou, já disse à Bloomberg, sobre o tema, que acha improvável que a tecnologia se torne predominante no setor. “Mesmo se a tecnologia evoluir, não acho que será permitido navegar com navios de 400 metros, pesando 200.000 toneladas sem nenhum ser humano a bordo. Não acho que será um sinônimo de eficiência, não no meu tempo.”

FOTO: DIVULGAÇÃO/MITSUI OSK LINES-MOL

Fonte: Época Negócios

 

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