Porto de Suape tem plano de ação para combate a coral-sol


O Porto de Suape está investigando a presença de coral-sol na área portuária. A espécie exótica invasora é uma ameaça à biodiversidade das regiões onde se instala e foi avistada pela primeira vez no litoral pernambucano em janeiro deste ano, no naufrágio Virgo. Há alguns dias, em mergulho para estudo hidrodinâmico próximo ao Píer de Granéis Líquidos 3A (PGL 3A), alguns indivíduos da espécie foram identificados e uma nova avaliação será feita por equipe especializada, para mapeamento e remoção das colônias.

O processo seguirá as recomendações constantes no Relatório Final do Grupo de Trabalho Coral-sol (2017), criado no âmbito da Subcomissão para o Plano Setorial para os Recursos do Mar, além das recomendações do Plano Nacional de Prevenção, Controle e Monitoramento do Coral-sol no Brasil e do Guia de Orientação para o Manejo de Espécies Exóticas Invasoras em Unidades de Conservação Federais – Ibama (2019).

“Já realizamos o monitoramento da biota marinha e estuarina, a cada três meses, em oito pontos amostrais na área interna e externa do porto e, na última vistoria, em julho, não havia sido localizada nenhuma colônia de coral-sol. Portanto, acreditamos que sua presença é recente e pontual, o que favorece a remoção, que será feita com ensacamento das colônias, para evitar disseminação, como estabelece o Plano Nacional de Prevenção, Controle e Monitoramento do Coral-sol”, explica o diretor de Sustentabilidade e Meio Ambiente de Suape, Carlos Cavalcanti. Os indivíduos foram avistados no costão rochoso do PGL 3A.

O plano de ação de Suape foi apresentado à Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas/PE), que vem construindo um Plano Estadual de Ação para Monitoramento e Controle do Coral-sol, junto com vários órgãos e entidades de pesquisa, incluindo o Porto de Suape. “As espécies exóticas podem chegar ao porto principalmente nos cascos das embarcações, por isso não só fazemos o monitoramento da biota como também temos medidas administrativas preventivas, que reduzem as chances de instalação dessas espécies em Suape”, salienta o diretor.

PREVENÇÃO

Em 2018, a fim de impedir a entrada de espécies exóticas na área portuária, o Porto de Suape proibiu, por meio da Portaria No 16, a liberação de água de lastro sobre cais e píeres, bem como sobre qualquer substrato natural (cabeços, recifes de arenito ou coral, alto-fundos, costões rochosos e afins) ou artificial (molhe, tubulações e afins) que esteja dentro da poligonal do Porto Organizado.

Outra portaria, a Nº 19/2018, proibiu serviços de limpeza, picotagem, decapagem, raspagem, pintura e retirada de cracas e demais organismos incrustantes dos cascos das embarcações atracadas no Porto de Suape, bem como a realização de reparos, salvo em situação especial e desde que obtida anuência da Autoridade Portuária e efetuada a fiscalização do setor de Controle Ambiental de Suape.

O Porto de Suape também cumpre o disposto na Convenção Internacional de Gerenciamento de Água de Lastro, a qual encoraja os estados membros a realizarem pesquisas biológicas em seus portos e disseminarem amplamente os resultados de suas investigações, de forma a minimizarem as chances de transferência de espécies introduzidas já conhecidas.

Essas espécies de coral-sol, do gênero Tubastraea spp, são originárias do Oceano Pacífico Sul, encontradas principalmente no Arquipélago de Fiji. No Brasil, foram identificadas inicialmente no Rio de Janeiro, na década de 80, tendo presença confirmada em vários outros Estados, atualmente. Em Pernambuco, os corais foram avistadas em cinco navios afundados para servirem como recifes artificiais, a fim de incentivar o turismo de mergulho. Os navios Virgo, Walsa, Bellatrix, São José e Phoenix.

 

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