Saiba como funciona a logística dos terminais do Porto de Santos


A Eldorado, que se encontra na etapa final de construção de um novo terminal para triplicar sua capacidade de exportação de celulose, inicia o seu planejamento após receber da área de vendas a demanda existente. O volume vem dos quatro escritórios da empresa, localizados no Brasil, Estados Unidos, China e na Áustria. O próximo passo é elaborar o plano de envio de cargas para os clientes no exterior.

“Temos uma área que faz o planejamento tático. Ela é responsável por organizar por onde e como a carga será enviada. Para isso, contamos com um sistema em que usamos uma tecnologia, um otimizador, em que colocamos todos os dados e ele vai dizer se o melhor custo para enviar para a Europa é por contêiner pelo porto, por exemplo, de Santa Catarina ou de Santos. Com esse plano tático pronto, disparo para todo o time operacional”, diz o gerente-geral da Eldorado Brasil, Flavio da Rocha Costa.

A movimentação de cargas é feita por carretas, que são parte crucial da logística no terminal. Em algumas ocasiões, 100 veículos chegam a descarregar na instalação. “Temos um time de planejamento em contato com a fábrica, que controla todo o fluxo, pois não podemos receber tudo ao mesmo tempo. Eles têm de parar no pátio regulador, um grande estacionamento em Cubatão. A chegada na Eldorado é conforme a programação. Há um sistema ligado a esse estacionamento para liberação dos caminhões”.

A carga é, então, preparada para o embarque. “Nosso principal desafio, em todo esse processo, é conseguir cumprir o plano, ou seja, carregar o volume combinado no prazo determinado e com o menor custo. Temos de alinhar os três modais: caminhão, trem, navio. Trabalhamos muito com antecipação de problemas, por meio de nossa Torre de Controle”.

BTP

Na Brasil Terminal Portuário (BTP), a logística envolve importação e exportação. Isso significa a entrada de até 4 mil caminhões por dia e a operação de três navios simultaneamente com capacidade de movimentação anual de 1,5 milhão de TEU (unidade equivalente a um contêiner de 20 pés).

“São fluxos que vão se encontrar no meio do pátio, por isso a BTP possui um sistema moderno de controle de agendamento, entrada e saída através do chamado TOS (Terminal Operation System). Ele permite em tempo real a visualização de todas as atividades, desde o agendamento no gate até o portão de saída, pela identificação das placas por câmeras especiais por OCR (sigla para reconhecimento de caractere óptico)”, explica o gerente-geral de Operações da BTP, Eduardo Linna.

A Santos Brasil administra o maior terminal de contêineres da América Latina. Foto: Divulgação

A mais nova implantação em infraestrutura de TI será o 5G privado, pois a companhia precisa de um aumento de velocidade e redução da latência para prover maior performance e disponibilidade do ambiente para a equipe de operações poder trabalhar e manter índices, que garantam produtividade para o cliente. É o primeiro projeto 5G do setor portuário na América Latina, com previsão já para 2023.

“Tudo o que acontece no terminal hoje precisa estar amparado por sistema ou solução de TI para prover maior performance operacional”, conclui a gerente de TI, Fabiana Morgante de Alencar.

Copersucar

A logística do Terminal Açucareiro Copersucar (TAC) é baseada na demanda do cliente final. Em outras palavras, nas quantidades diárias de produto recepcionadas e embarcadas. A partir daí, é realizado o planejamento, que envolve não apenas a logística, mas também outras áreas da empresa, sempre com foco em segurança e meio ambiente. Baseado nisso, é preparado o line-up de navios, focando nas remessas do cliente, na recepção de produtos, alocando cargas conforme a capacidade do terminal.

“É um trabalho minucioso, efetuado com muito planejamento e interface com outras áreas para que se realize a entrega da carga de forma eficiente e para que possamos operacionalizar todo processo de recepção para otimizar o embarque”, aponta o gerente de Terminais da Copersucar, Fabiano Messias.

Para visualizar melhor, basta saber que, em períodos de pico, a Copersucar chega a receber diariamente cerca de 600 caminhões e mais de 250 vagões de trem, além de carregar entre 15 a 20 navios por mês.

No caso do açúcar, o processo começa lá no campo, nas 36 usinas de cana-de-açúcar localizadas em quatro estados. De forma resumida, ele é transportado, na sua maioria, em granel, por caminhão ou trem, passando por outros terminais da Copersucar até chegar ao Porto, onde é analisado e armazenado, para posteriormente ser embarcado nos navios.

Santos Brasil

Na Santos Brasil, o termo logística vai ainda mais além, já que a empresa, que administra o maior terminal de contêineres da América Latina, também presta serviço de gestão, armazenagem, distribuição e controle de estoque. As atividades caracterizam a companhia como operadora logística, algo intensificado na pandemia, quando as vendas on-line cresceram significativamente e as marcas buscaram parceiros para atender a alta demanda do mercado.

“Fazemos um trabalho muito minucioso e o cliente consegue ter total visibilidade das etapas pelas quais passa a mercadoria, desde o processo da navegação da Europa para Santos até a selagem do produto, que vai ser embalado e enviado”, diz o diretor de logística, Roberto Croce.

Dentro do terminal, a dinâmica se assemelha à dos demais empreendimentos localizados no Porto de Santos quando se trata, por exemplo, das janelas de atracação e do monitoramento de caminhões. Chega-se a operar a 184 movimentos por hora individualmente, com tecnologia avançada e automação de boa parte dos processos.

 

Estrutura da Eldorado, que está terminando de construir mais um terminal. Foto: Divulgação

Fonte: A Tribuna

Anterior Assinatura de contrato garante conclusão de duplicação de trecho da BR-116 no Rio Grande do Sul
Próximo Nova diretoria assume no Porto de São Francisco do Sul