Sudeste Export, realizado em São Paulo, supera expectativas


O Sudeste Export reuniu durante dois dias os principais nomes da logística portuária do País e superou as expectativas. Foram cinco palestras e três painéis, além de apresentação das 15 empresas patrocinadores da etapa regional do evento, que conta com apoio do Ministério da Infraestrutura. Só as atividades formativas contaram com a participação de mais de 40 especialistas, executivos de grandes empresas, dirigentes de entidades e autoridades, inclusive internacionais, que foram acompanhadas por centenas de espectadores via Zoom em diversas partes do País e ao redor do mundo.

A segunda-feira foi reservada para duas palestras, uma tecnológica, que contou com a presença de Lucas Assis, CTO (Chief Technology Officer) da Synkar Autonomous, que falou sobre veículos autônomos e como essa tecnologia pode impactar na logística portuária em breve. Ainda na segunda-feira foi feito o anúncio do time campeão da etapa Sudeste do Brasil Hack Export, o evento de inovação ligado ao Fórum Brasil Export.

No decorrer do primeiro dia do evento, na segunda-feira (19), 15 empresas que patrocinaram o Sudeste Export puderam mostrar o trabalho que realizam no mercado onde estão inseridas. O primeiro dia foi encerrado com a palestra do secretário de Portos e de Transportes Aquaviários do Ministério da Infraestrutura, Diogo Piloni.

Painéis

A terça-feira (20), contou com duas palestras e os três painéis previstos. Os participantes puderam obter mais detalhes sobre o Pró-Brasil, na palestra da diretora de programa da secretaria-executiva do Ministério da Infraestrutura, Mariana Pescatori, e também do projeto de redução do chamado custo Brasil, que contou com a participação de Jorge Lima, CEO do projeto junto ao governo federal.

Durante o primeiro painel do Sudeste Export, Carlos Eduardo Collares Moreira Portella, também integrante do Consad (Conselho de Administração) da CDRJ (Companhia Docas do Rio de Janeiro), ressaltou a necessidade de todos se conectarem dentro de suas expertises para colaborarem como setor. “Nunca o distanciamento nos aproximou tanto”, afirmou.

Portella atuou como moderador do painel “Interconectividade logística eficiente entre os portos do Sudeste”. Outro conselheiro do Sudeste Export, Luís Guilherme Capella Francisco, gerente comercial do Porto de Açu, atuou como apresentador.

Os expositores foram: Adalberto Tokarski, diretor da Antaq (Agência Nacional de Transportes Aquaviários); Claudio Loureiro, diretor-executivo da Centronave; Rodrigo Vilaça, CEO do Grupo Itapemirim; e Flávio Benatti, vice-presidente da CNT (Confederação Nacional do Transporte).

Desestatização dos portos

O tema do segundo painel foi “Os caminhos para a desestatização nos portos da região Sudeste”. Ele reuniu dirigentes de três portos da região Sudeste: Julio Castiglioni Neto, diretor-presidente da Codesa ( Companhia Docas do Espírito Santo); Fernando Biral, diretor-presidente da SPA (Santos Port Authority); e Jean Paulo Castro e Silva, diretor de relações com o Mercado e Planejamento da CDRJ (Companhia Docas do Rio de Janeiro); e ainda Mario Lievens, diretor do Porto de Antuérpia Internacional, falando diretamente da Bélgica.

Lievens ressaltou que o Brasil é muito importante dentro da estratégia de internacionalização de Antuérpia. O executivo também comentou sobre a parceria do Porto do Açu com o PAI (Porto de Antuérpia Internacional), uma subsidiária da autoridade portuária de Antuérpia criada para participar e investir em portos no exterior.

Os dirigentes dos três portos da região falaram da expectativa em relação à desestatização. “Temos que reconhecer que será um movimento extremamente benéfico [desestatização] para o país e, assim como falou o secretário Piloni (Diogo Piloni, secretário nacional dos Portos] atrairá o desejo dos demais portos a virem ser desestatizados”, afirmou Biral.

Um passo importante para tornar as empresas atrativas a investidores é o saneamento das contas, um “dever de casa” que Castro e Silva afirma já estar em curso na CDRJ.

Em relação a forma de concessão a ser adotada, Castiglioni Neto afirmou que o Brasil não está preparado –sobretudo juridicamente– para empregar o mesmo modelo de concessão, já que o arcabouço é diferente. “Nós percebemos que se formos nutrir a vã esperança de adotar modelos internacionais e trazer aqui para o Brasil estamos fadados ao fracasso”, afirmou.

Diogo Piloni, também presente ao painel, afirmou que os modelos europeus são uma referência a ser levada em consideração para estuar a desestatização. Ele adiantou que o modelo a ser adotado manterá um pouco das premissas que estão presentes em empresas estatais, oferecendo liberdade para alterações inclusive no plano de desenvolvimento, desde que respeite a lógica de planejamento que será trazida pelo poder público.

A apresentação do painel foi de Henry Robinson, presidente do Conselho do Sudeste Export, e a moderação coube a Marcelo Sammarco, diretor da Sammarco Advogados Associados e conselheiro do Sudeste Export.

O último painel do Sudeste Export, que teve com tema “Protecionismo X globalização – oportunidades para a indústria nacional”, contou com mais uma participação internacional. Ricardo Sánchez, diretor de assuntos econômicos sênior da divisão de Comércio Internacional e Integração da Cepal (Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe), afirmou que a pandemia do novo coronavírus está reconfigurando a emergência global que começou há alguns anos. “O maior inimigo da recuperação econômica é um novo surto de Covid-19”, disse, se referindo a possibilidade de um novo lockdown.

Além de Sánchez, o painel contou com a participação de Cesar Meireles, diretor-presidente da Abol (Associação Brasileira dos Operadores Logísticos); Fábio Siccherino, diretor comercial e de relações institucionais da DP World Santos; e Ana Luiza Becker Salles, diretora de Programa da secretaria de parcerias em transportes no PPI (Programa de Parcerias de Investimentos).

A apresentação do painel foi de Roberto Teller, diretor de operações da Santos Brasil, e a moderação, de Ricardo Molitzas, gerente-executivo do Sopesp (Sindicato dos Operadores Portuários do Estado de São Paulo). Ambos são conselheiros do Sudeste Export.

Leitura de Carta do Sudeste Export encerra evento

A leitura da Carta do Sudeste Export por Henry Robinson, presidente do Conselho do Sudeste Export, encerrou o evento. Entre outros temas ele lembrou das origens do hoje Fórum Brasil Export, que em seu início, no ano de 2003, era denominado Santos Export e se debruçava sobre as questões do maior terminal da América Latina.

Abordou vários aspectos da logística e o grande potencial da região, pontos abordados nas palestras e debates, além de obras investimentos tais como a nova estrada de ferro 118, que fará uma nova ligação entre Rio e Vitória.

Um dos destaques de sua falas foi sobre os momentos patrocinados. “Chamou a atenção a sintonia dos operadores portuários. Eles clamam por maior segurança jurídica e regulatória, redução da burocracia estatal e, principalmente, liberdade para empreender”.

Nordeste Export

O próximo fórum regional acontece nos próximos dias 26 e 27 deste mês, próximas segunda e terça-feira, no Porto de Suape. Mais uma vez os principais nomes ligados à logística portuária estarão reunidos para debater os gargalos da região.

As palestras e painéis também serão transmitidos via Zoom. Acesse http://forumbrasilexport.com.br/inscricoes/nordesteexport e garanta já a sua inscrição.

Fonte: Fórum Brasil Export

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