Taxa de crescimento econômico da China pode ultrapassar 15% no primeiro trimestre


O Escritório Nacional de Estatísticas da China (NBS, sigla em inglês) divulgou, no dia 15 de março, os dados econômicos referentes aos meses janeiro e fevereiro de 2021. 

Segundo alguns analistas, a taxa de crescimento econômico da China pode ultrapassar 15% até o final do primeiro trimestre, ou até mais de 20%. No entanto, devido à grande diferença econômica entre o primeiro e o segundo bimestre do ano passado, a tendência é que a taxa de crescimento caia na segunda metade de 2021. 

Devido à queda de 6,8% que aconteceu no primeiro trimestre do ano passado, nos primeiros dois meses deste ano, vários macrodados atingiram o recorde de crescimento anual, incluindo setores industriais e de serviços, consumo, investimento e importações e exportações. Comparando com o mesmo período (janeiro e fevereiro) de ano passado, a taxa de crescimento foi mais de 30%.

Para evitar a “ilusão” de melhoria, foi feita a estatística comparando os dados deste ano com os de 2019, supondo que as taxas de crescimento dos anos de 2020 e 2021 foram iguais. Os resultados dessa análise mostram que, mesmo comparando com o mesmo período de 2019, houve um grande desenvolvimento na área de importação e exportação, e também na de indústria. O setor de serviços voltou ao nível normal de funcionamento, mas a recuperação do consumo e do investimento está sendo mais lenta. 

A causa principal da alta taxa de crescimento é restauração das demandas externas originadas de grandes potências econômicas, como Europa e EUA, que possibilitou o aumento de 19,3% de exportações da China, comparando com o mesmo período de 2019. Além disso, a economia doméstica também está em constante recuperação. 

As autoridades chinesas adotaram a política chamada de “stay put during Spring Festival”, ou seja, encorajaram as pessoas a deixarem de voltar para a terra natal no Ano Novo Chinês (12 de fevereiro) e comemorarem a festa na cidade onde trabalha, a fim de evitar o pico de viagens e diminuir o risco de contaminação. Essa medida, além de ter evitado a propagação da Covid-19, prolongou o tempo de produção industrial. Os trabalhadores que ficaram na cidade da fábrica trabalharam quase 6 dias a mais comparando com outros anos, recebendo, além de salário, as compensações financeiras concedidas pelo governo local. Consequentemente, a quantidade de produtos fabricados foi elevada. Assim, a taxa média de crescimento nos primeiros dois meses dos anos de 2020 e 2021 foi de 8,1% por ano, superior aos anos anteriores. 

Entretanto, a política de “stay put during Spring Festival” não impactou tão significativamente o consumo. Comparando com o mesmo período de 2019, nos meses de janeiro e fevereiro de 2021, a quantidade total de vendas de bens de consumo aumentou 6,4%, e a taxa média de crescimento em 2020 e 2021 foi de 3,2% por ano, que é abaixo do nível normal de desenvolvimento. Por causa da pandemia, os consumos que causam aglomeração e contato físico ainda são fracos, como restaurantes, que cresceram somente 4,9% em comparação com 2019. Mas a bilheteria durante Ano Novo Chinês chegou a novo recorde, ultrapassando de 12,26 bilhões de yuans (equivale a US$ 1,88 bilhão). As compras online e serviços de entrega expressa também foram impulsionadas.  

Além do consumo, o investimento é outro setor que está se recuperando mais lentamente. Nos primeiros dois meses, os investimentos em ativos fixos aumentaram 3,5% em relação ao mesmo período de 2019, o que significa que o crescimento médio nos últimos dois anos foi de 1,7%. Dentre todos os tipos de investimento, o industrial diminuiu, em média, 3,4% por ano; em infraestrutura a queda foi de 1,6% por ano; e o imobiliário aumentou 7,6% por ano. 

Fonte: 21st Century Business Herald

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