As condições criadas pelo programa de Mobilidade Verde e Inovação (Mover) levaram a um novo anúncio de investimentos no setor automotivo nesta terça-feira (18/11), em São José dos Pinhais, no Paraná, onde a francesa Renault e a chinesa Geely fecharam uma parceria de R$ 3,8 bilhões para o desenvolvimento de plataformas eletrificadas e tecnologias de baixas emissões, que darão origem a produção de novos modelos no Brasil.
O anúncio da parceria, ocorrido no Complexo Ayrton Senna, da Renault, consolida a cooperação tecnológica e industrial entre os grupos, com a Geely Auto passando a deter 26,4% de participação na Renault do Brasil.
Para o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, que participou da cerimônia, o investimento reforça a Nova Indústria Brasil (NIB) e consolida um ambiente propício à inovação, sustentabilidade e competitividade no setor automotivo, estimulado pelo Mover.
“O Mover dá direção clara e estabilidade para que a indústria possa inovar, crescer e liderar a transição para uma economia mais verde. A nova indústria brasileira é mais inovadora, mais verde e mais competitiva, e esse investimento demonstra que estamos avançando na direção certa”, afirmou.
Ele destacou que os recursos previstos no programa (R$ 19,3 bilhões entre 2024 e 2028) fortalecem a capacidade de planejamento das empresas e impulsionam a modernização do setor.
“Estamos construindo uma indústria mais moderna, sustentável e preparada para competir no mundo, e isso só é possível quando o país oferece ambiente favorável ao investimento”, acrescentou.
Segundo Alckmin, a transição energética abre novas oportunidades para o Brasil. “O país tem todas as condições de liderar a economia de baixo carbono, com tecnologia, pesquisa e produção sustentável”, disse.
Novos modelos
A parceria entre as duas empresas dará origem a dois novos modelos da marca Geely e à renovação de um da Renault, previstos para o segundo semestre de 2026. Para 2027, está previsto o desenvolvimento de uma nova plataforma com foco em eletrificação, que resultará em um novo modelo Renault.
Com essas iniciativas, o Complexo Ayrton Senna passa a fabricar veículos das duas marcas, ampliando a integração do Brasil às cadeias globais de valor e fortalecendo a competitividade da indústria nacional.
Segundo Ariel Montenegro, presidente e diretor-geral da Renault Geely do Brasil, a parceria é inédita e de longo prazo. “Investimos para trazer desenvolvimento econômico e social para o país, com soluções inovadoras de mobilidade e contribuindo para a competitividade da indústria automotiva brasileira”, afirmou.
Igor Calvet, presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), afirmou que o setor reconhece que o avanço da indústria está diretamente ligado à previsibilidade trazida pelas políticas públicas recentes.
“O presidente Alckmin estabeleceu um marco importante ao dar previsibilidade ao setor automotivo, e o que vemos aqui hoje é fruto dessa previsibilidade, que é o Programa Mover”, declarou.
O Mover foi lançado no final de 2023 e sucede o antigo Rota 2030. O programa foca na descarbonização da frota e prevê créditos tributários a empresas que investirem em pesquisa e eficiência tecnológica, desde que produzam no Brasil.
Atualmente, há 231 habilitadas no programa. já mobilizou anúncios de R$ 190 bilhões em investimentos privados até 2033.
Foto: Cadu Gomes/ VPR



