Produção agropecuária brasileira deve expandir 69% em 10 anos


Futuro da agropecuária nacional foi debatido no Congresso Brasileiro do Agronegócio, realizado em agosto em São Paulo

A produção da agropecuária brasileira deve expandir 69% em 10 anos, o que coloca o país na liderança da produção mundial de alimentos. Em seguida aparecem Argentina, com expectativa de crescimento de 44%, Rússia com 34%, Índia com 28%, Austrália com 22% e Estados Unidos com 12% de aumento. As estimativas são resultado das projeções do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos sobre a produção de alimentos até 2027.

O futuro da agropecuária nacional foi debatido no Congresso Brasileiro do Agronegócio, realizado em São Paulo em agosto. “Todo esse desempenho exuberante exibido pelo agro brasileiro foi conseguido com base em ciência, tecnologia e competência do produtor, que tem um índice de subsídio que varia de 3% a 5%, contra uma média de 10% nos EUA, 15% na China, 20% na União Europeia e 30% na Indonésia”, afirmou o presidente da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), Luiz Carlos Corrêa Carvalho.

As projeções combinam com dados consolidados pela Organização Mundial do Comércio (OMC) e baseados numa série histórica da balança comercial de produtos agropecuários dos maiores produtores mundiais. Na análise do período de 1990 a 2016, o Brasil ampliou em nove vezes seu superávit, a Argentina em cinco vezes e os EUA tiveram queda de nove vezes. Na Ásia, a China passou de um excedente de US$ 2 bilhões para um déficit de US$ 80 bilhões.

Recursos

Recursos para o agronegócio já não constituem o maior problema do setor. “Temos a certeza de que eles estão indo para a produção. O lançamento da Letra de Crédito do Agronegócio (LCA) transformou o mercado e houve uma série de evoluções em termos de financiamentos”, afirmou Rui Pereira Rosa, superintendente de Agronegócio no Bradesco.

Outro ponto fundamental para assegurar recursos financeiros ao setor, de acordo com Tarcísio Hübner, vice-presidente de Agronegócio do Banco do Brasil, é garantir a segurança jurídica. No entender do economista José Roberto Mendonça de Barros, sócio diretor da MB Associados, além da segurança jurídica necessária para atrair investimentos para a infraestrutura, é necessário ter projetos mais aprimorados.

Guerra comercial

Já a guerra comercial anunciada entre Estados Unidos e China pode representar um benefício imediato para o agronegócio brasileiro, com o aumento das vendas de grãos para o mercado chinês. Entretanto, no médio e longo prazos, essa disputa pode não ser tão benéfica em função da constatação de que a China vem trabalhando para diminuir sua dependência da compra de soja, por exemplo. Atualmente ela só produz 15% de sua necessidade, mas vem investindo em projetos de dessalinização de água e em energia solar para ampliar sua produção.

Outro risco a ser enfrentado pelo Brasil com a disputa entre China e Estados Unidos, segundo o que foi debatido no Congresso Brasileiro do Agronegócio, é faltar derivados de soja no mercado doméstico para abastecer a indústria de proteína animal. “Como a China importa 70% do mercado mundial de soja e tem potencial para sugar toda a produção sul-americana, isso pode criar um problema para a indústria de carne, pois, se vendermos toda nossa soja para a China, talvez tenhamos de importar derivados para atender a demanda interna”, avaliou Paulo Sousa, diretor da Cargill.

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