Produção industrial deve crescer 3% em 2019


Desde 2017, a produção voltou aos poucos a crescer, baseada principalmente, nos resultados positivos do setor automotivo

A produção industrial brasileira deve apresentar crescimento médio em torno de 3% em 2019, sendo 3,2% da extrativa e 2,9% na de transformação. A produção nacional cresceu, em 2018, pelo segundo ano consecutivo: 1,1%, de acordo com a pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada no início de fevereiro. O índice positivo, porém, ainda não foi o suficiente para alcançar os valores pré-crise. Durante a recessão da economia brasileira – que durou de 2014 a 2016 – a indústria registrou queda 17%.

A projeção de crescimento em 2019 é  apontada em análise da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) a partir da divulgação da Pesquisa Industrial Mensal Nacional (PIM), elaborada pelo IBGE. “Nossa expectativa é de continuidade da recuperação do mercado de trabalho e da demanda doméstica. Para isso, porém, a manutenção da confiança dos empresários e consumidores é fundamental e a aprovação das reformas estruturais, imprescindível”, afirma Tomaz Leal, analista de Estudos Econômicos da Firjan.

Ele explica que a demanda interna é essencial porque, desde o segundo semestre de 2018, o comércio exterior deixou de ser tão atrativo como antes, principalmente pela crise argentina. Junto a isso, a demanda interna, no período, não foi capaz de absorver a produção industrial. Desde 2017, a produção voltou a crescer baseada, principalmente, nos resultados positivos do setor automotivo, que tinha no comércio exterior grandes oportunidades. “Para se ter uma ideia, dos 2,6% de crescimento observados para a indústria geral em 2017, 1,2% deveu-se exclusivamente a esse segmento”, exemplifica Leal.

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O cenário internacional, no entanto, deixou de ser mais atrativo no ano passado. A crise econômica na Argentina afetou negativamente a exportação do setor automobilístico, que tinha o país como grande parceiro comercial. “Embora a conjuntura observada no segundo semestre do ano passado acenda um sinal de alerta para a indústria de transformação, a expectativa é que a produção extrativa siga crescendo, apoiada na produção de petróleo. Vale destacar que a Petrobras anunciou o maior volume de investimentos desde 2014”, diz Leal. Ele ressalta, por outro lado, que é importante monitorar o efeito do desastre de Brumadinho na produção de minério.

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