Santa Catarina registra melhor resultado dos últimos cinco anos


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A alta foi puxada mais uma vez pelo agronegócio. O faturamento cresceu 24,8% no comércio de soja, 17,2% com suínos e 15% no mercado de frangos

As exportações de Santa Catarina registraram o melhor resultado dos últimos cinco anos nos primeiros quatro meses de 2019. O faturamento no período foi de US$ 2,74 bilhões, 3,3% acima dos US$ 2,65 bilhões de 2018. O desempenho também foi melhor do que em 2017 (US$ 2,63 bi), 2016 (US$ 2,24 bi), e 2015 (US$ 2,55 bi). Com o resultado, o estado atinge números semelhantes aos de 2014, quando registrou US$ 2,78 bilhões em vendas, e se aproxima do patamar de exportações do período considerado pré-crise.

A alta foi puxada mais uma vez pelo agronegócio. O faturamento cresceu 24,8% no comércio de soja, 17,2% no mercado de suínos e 15% no mercado de frangos. O bom desempenho do setor serviu para compensar a queda de outros produtos, como madeira, tabaco, e máquinas e equipamentos. “Hoje, os produtos catarinenses são capazes de competir em países extremamente exigentes como Estados Unidos e Japão, isso demonstra a qualidade dos alimentos produzidos no estado e a competência dos nossos produtores rurais e agroindústrias”, declarou o secretário de Estado da Agricultura, Ricardo de Gouvêa.

Crescimento em abril

Outro fator positivo foi o crescimento significativo registrado em abril. O faturamento foi de US$ 812,9 milhões, 11,1% maior do que o mês anterior, que atingiu US$ 731,2 milhões, e 17,3% superior a abril de 2018, que registrou US$ 692,6 milhões. O estado foi na contramão do país, que encolheu o faturamento em 3% no período. “Os números positivos e evolutivos, o aumento na produção e o reconhecimento externo da excelência catarinense potencializam o crescimento econômico do Estado, trazendo estabilidade na renda, postos de trabalho e otimismo, tanto para quem investe como para quem adquire da indústria, gerando ciclos virtuosos de desenvolvimento,” disse o secretário de estado do Desenvolvimento Econômico Sustentável, Lucas Esmeraldino.

Segundo a presidente da Câmara de Comércio Exterior da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc), Maria Teresa Bustamante, o momento é propício para o crescimento. Entre os motivos estão o câmbio favorável e a disputa de mercado entre China e EUA que tem beneficiado o Brasil. “Outro sinal positivo é que as importações se mantêm em alta”, diz. Para ela, isso significa que os empresários estão confiantes em uma retomada mais sólida, mas ainda vê dificuldade do setor em lidar com incertezas. “O desafio é tornar a exportação mais constante, que ele se mantenha procurando outros mercados. E não só pelo aumento da receita, mas também por conhecer os concorrentes e melhorar o seu produto, fazer parcerias, e encontrar novos nichos de vendas”, completa.

Carne de frango

A carne de frango fechou os quatro primeiros meses de 2019 como o sexto principal produto brasileiro negociado internacionalmente pelo Brasil. Com tal desempenho, a participação da carne de frango in natura na pauta cambial brasileira aumentou 6,21/% em comparação a janeiro-abril de 2018, fazendo com que o produto responda por 2,6% da receita que o país obtém com as exportações

Além disso, pela primeira vez nos últimos 16 meses (desde janeiro de 2018), o setor apresentou variação positiva na captação de receita cambial. Enquanto um ano atrás a receita obtida no quadrimestre ficou quase 13% abaixo da registrada no mesmo quadrimestre de 2017, agora o resultado é um ganho de 3,3% em relação aos mesmos quatro meses de 2018, resultado que se potencializa se considerada a valorização do dólar no corrente exercício.

Frango para a Índia

A Índia aprovou a primeira importação para carne de frango in natura brasileira, desde o acordo sanitário firmado entre os dois países em 2008. A carne de frango é a proteína animal mais consumida naquele país. Apesar disso, o consumo per capita ainda é relativamente baixo, de apenas 3,5 kg/ano. No Brasil, essa quantidade chega a 44,6 kg/ano, enquanto a média mundial fica em 11,9 kg/ano.

“Estima-se que o mercado indiano de carne de frango vá continuar crescendo a uma taxa de 7% a 8% ao ano. Este crescimento decorre principalmente de novos padrões de consumo moldados por maior urbanização e pelo aumento da renda da classe média”, explica Flávio Bettarello, secretário-adjunto de Comércio e Relações Internacionais (SCRI) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

De acordo com Bettarello, “as importações indianas são ainda modestas, mas este volume certamente irá aumentar, acompanhando a expansão do mercado. Todas as plantas frigoríficas registradas no Serviço de Inspeção Federal podem exportar carne de frango in natura para a Índia, desde que observados os requisitos acordados. Com base em dados de 2018, os principais destinos da carne de frango brasileira são Arábia Saudita (US$ 805 milhões), China (US$ 800 milhões) e Japão (US$ 722 milhões).

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