Usinas de minigeração crescem 150% nos primeiros 8 meses no Brasil


A potência instalada de minigeração distribuída fotovoltaica apresentou um crescimento significativo nos primeiros oito meses deste ano, em comparação com o mesmo período do ano passado. É o que apontou um levantamento realizado com base em dados da ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica).

De janeiro a agosto de 2020, as usinas solares de grande porte atingiram aproximadamente 332 MW de potência, uma alta de 150% frente aos cerca de 133 MW registrados no mesmo período do ano passado.

Segundo Bernardo Marangon, especialista em mercados de energia elétrica e diretor da Exata Energia, o setor fotovoltaico, mesmo em meio à pandemia da Covid-19, continua crescendo no Brasil e cada vez mais projetos de minigeração estão sendo desenvolvidos.

“Em um período de pandemia, no qual tivemos uma grande preocupação dos investidores em relação ao futuro, alta relevante do dólar e uma série de restrições de deslocamento físico, o segmento solar apresentou um forte crescimento. Isto demonstra a força do setor e um potencial extraordinário de expansão. Certamente, há espaço para a criação de muitas empresas que crescerão de forma acelerada, acompanhando a tendência deste mercado”, enfatizou Marangon.

Outros dados

A ANEEL apontou também um crescimento significativo de usinas fotovoltaicas de minigeração instaladas em prédios comerciais. Nos oito primeiros meses de 2020, essas plantas solares atingiram 163 MW de potência, uma alta de 130% em comparação com o mesmo período do ano passado.

Se tratando de usinas de minigeração instaladas em indústrias, por exemplo, o aumento foi de 170% comparando janeiro a agosto deste ano com o mesmo período de 2019 (26 MW para 70 MW). Já com relação às propriedades rurais, a alta foi de 150% (30 MW para 75 MW).

Capacitação profissional

Tendo em vista este cenário, cada vez mais pessoas estão investindo no segmento fotovoltaico, procurando cursos que os capacitem profissionalmente para desenvolverem projetos de minigeração.

Como é o caso do engenheiro Maurício Brito, que fez o curso Projeto Avançado de Usinas Solares de Geração Distribuída do Canal Solar e enfatizou que a experiência adquirida foi importante na hora de estruturar projetos de sistemas fotovoltaicos. “Posso dizer que o curso ajudou a entender melhor os clientes do grupo A. Inclusive, atualmente, estou em negociação de uma usina de 300 kWp”, comentou Brito

O engenheiro Luis Guimarães também participou do curso promovido pelo Canal Solar e destacou que o conteúdo ministrado foi essencial para adquirir conhecimento na hora de instalar uma usina. “A empresa que trabalho está com grande demanda de usinas para minigeração e, como eu havia iniciado um projeto grande de 2,23 MWp, era necessário aprender com profissionais que já haviam passado por isso e tivessem conhecimento teórico e prático para passar”, disse Guimarães.

“O curso me ajudou bastante a concluir o projeto executivo e avançar rápido na obra de uma planta de 5 MW. Já estamos na fase final. As aulas tratam todo o ciclo de vida do projeto de uma usina. Então, a base que ele vem dando é principalmente na tomada de decisão”, acrescentou o engenheiro Victor Claudy, outro aluno do Canal Solar.

Anaibel Novas, especialista no setor de energia solar e vice-presidente do Movimento Solar Livre, ressaltou que há nesse mercado um procura constante para o desenvolvimento de novas plantas de minigeração. “As empresas de engenharia estão na correria para ter todos os incentivos da Resolução Normativa 482, por isso estão com várias demandas de grandes usinas fotovoltaicas”, explicou.

Cresce a busca por cursos online

Anaibel destacou também que as empresas de geração distribuída fotovoltaica redirecionaram seus investimentos ao mundo digital, devido ao isolamento social provocado pela pandemia da Covid-19.

Para a executiva, os profissionais do setor solar encontraram nos cursos online, nos webinários e nas lives, a oportunidade de não perderem o contato com especialistas da área e conseguirem adquirir mais conhecimento para alavancar seus negócios.

“Nos vimos obrigados a ficar em casa, já que alguns estados e municípios decretaram lockdown por conta da pandemia de coronavírus. Portanto, as empresas tiverem que remanejar suas ações e a solução foi buscar o mundo digital”, destacou a executiva.

Fonte: Canal Solar

 

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