Egito e Noruega se juntam para produzir hidrogênio verde


Como parte da Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP27), que ocorre em Sharm El Sheikh, o presidente egípcio, Abdel Fattah Al-Sisi, e o primeiro-ministro norueguês, Jonas Gahr Støre, lançaram a primeira fase de um projeto para construir uma usina de hidrogênio verde de grande porte em Ain Soukhna, com capacidade produção de 100 megawatts. Na foto acima, Sisi, ao centro, e Støre à direita. 

O empreendimento será realizado em cooperação com a gigante norueguesa Scatec, que é especialista em sistemas de energia renovável. Sisi afirmou que o projeto fornece um modelo prático de parceria de investimento que estimula o desenvolvimento econômico sustentável, com o setor privado nacional e estrangeiro cumprindo seu papel paralelamente ao governo.

A empresa norueguesa Scatec participou do projeto do Complexo de Energia Solar de Benban, localizado no sul do Egito, na província de Assuã. O parque solar é um dos maiores complexos de energia solar do mundo, com capacidade total de 1,8 gigawatts.

O Egito desenvolveu uma estratégia para expandir a implantação de projetos de hidrogênio verde, sendo a usina parte do plano. O país tem em perspectiva a produção de hidrogênio verde ao preço mais barato do mundo e quer contribuir com 8% do mercado global na área. O presidente egípcio disse que o hidrogênio verde se tornou uma das soluções mais importantes no caminho para uma economia verde nos próximos anos.

Países em desenvolvimento

Sisi alertou, no entanto, a respeito dos desafios decorrentes da tendência de alguns países de apoiarem a produção local do hidrogênio verde como forma que redução do custo de sua produção. Segundo ele, isso causa um desequilíbrio no mercado global de hidrogênio e contribui para debilitar a competitividade dos países em desenvolvimento em relação aos países mais desenvolvidos.

O presidente egípcio defendeu o aumento de participação de países em desenvolvimento em projetos de hidrogênio verde e disse que atualmente a fatia dessas nações em empreendimentos na área não vai além de dois projetos, dos cerca de 680 propostos em todo o mundo. Segundo ele, está claro que os países em desenvolvimento permanecem com chances reduzidas de aproveitar as oportunidades do hidrogênio verde e isso se deve aos fracos fluxos de financiamento e investimentos.

Sisi também anunciou uma nova iniciativa, o Fórum Global de Hidrogênio Renovável, na qual Egito e Bélgica trabalharam nos últimos meses, em coordenação com vários parceiros. O fórum visa criar uma plataforma permanente de diálogo entre os países produtores e consumidores de hidrogênio, envolvendo o setor privado, organizações e instituições financeiras que atuem nessa área. A plataforma deverá coordenar a formulação de políticas e procedimentos, além de criar corredores para comércio e investimento em hidrogênio, o que contribui para acelerar o desenvolvimento do setor.

*Traduzido do árabe por Georgette Merkhan

Fonte: ANBA

 

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