Legalização dos cassinos: prejuízo dos cruzeiros?


O projeto de legalização dos cassinos, que vem sendo debatido em seus detalhes nos últimos meses, poderia ser aprovado no início de 2018, terminando a histórica proibição que foi implementada em 1946 pelo presidente Eurico Dutra e, de acordo com as lendas, por sua esposa, “Dona Santinha”. Nos tempos atuais, o Brasil é dos poucos países fora do mundo islâmico a proibir a atividade dos cassinos – Cuba é o outro – e tem vários sinais, em diferentes setores da sociedade, que a tradicional resistência à “imoralidade” do jogo estará para ser quebrada. Já foi até anunciado que a aprovação poderia ter chegado em 2017.

Essa legalização poderia ter efeitos sobre a indústria turística de cruzeiros. Como?

O fim dos cassinos a bordo?

Um dos principais atrativos da indústria turística de cruzeiros é a possibilidade de jogar no cassino a bordo. Todo mundo sabe como funciona. O cruzeiro pega os turistas e navega, durante cerca de uma hora, até se encontrar fora das águas territoriais brasileiras. Como a legislação brasileira já não é aplicável, a partir desse momento o jogo deixa de ser proibido. É nesse momento que os cassinos abrem suas portas, para que os turistas possam jogar na roleta, tentar a sorte no Blackjack ou no pôquer, ou ainda tentar as slot-machines.

É certo que os jogadores têm a sua disposição os jogos de cassino online, e que essa opção – que sequer é ilegal, pois as empresas estão baseadas fora do Brasil – tem conhecido sucesso. Contudo, para todos aqueles que preferem sentir a emoção de jogar em um cassino físico, de ter o crupiê na sua frente, de sentir o ambiente, o cassino a bordo de um navio de cruzeiro era de fato uma excelente alternativa.

Diferenciação da oferta turística

Poderá não ter razões para demasiado pessimismo. O cassino a bordo não seria o único atrativo de uma viagem pelo mar. Os jogadores já tinham outras opções, como a viagem até Foz do Iguaçú, para cruzar a fronteira a pé e chegar nos cassinos das cidades vizinhas da Argentina e do Paraguai. Viajar para a Argentina ou até para os Estados Unidos também já era possível. O operador turístico só precisará lembrar seu potencial cliente que essa viagem é muito mais que a experiência de cassino.

No mais, essa legalização tem pelo menos uma vantagem: a partir desse momento, a tripulação do navio não precisa esperar uma hora de navegação para abrir as portas do cassino. O cliente pode começar a jogar logo que entre no navio!

 

Anterior Impacto econômico será inevitável, mas indústria 4.0 terá papel importante na retomada
Próximo Serviços logísticos ganham inovação nos trâmites aduaneiros de importação