Monitoramento de aves aponta mais de 120 espécies no Porto de Santos


A Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) realizou, nos últimos dois anos, o monitoramento da avifauna na região do estuário santista. O trabalho faz parte das exigências ambientais da Licença de Operação do Porto de Santos. De acordo com o monitoramento, foram identificadas 129 espécies de aves na região, sem contar as de sobrevoo (as que foram vistas, mas não pousaram). O trabalho concluiu que a área do porto, mesmo com a interferência humana, oferece boas condições de habitat aos animais.

O monitoramento foi realizado por equipe ambiental especializada, no período de novembro de 2016 a outubro de 2018. A cobertura geográfica do trabalho se estendeu desde a área do Canal de Piaçaguera, em Cubatão, até a baía de Santos e a entrada do canal de navegação, nas proximidades da Ilha das Palmas, em Guarujá. O principal objetivo foi levantar a biodiversidade das aves presentes na região e analisar os possíveis impactos da atividade portuária.

O estudo concluiu que a região mantém a condição de suportar as cadeias alimentares que permitem a presença de uma significativa população de aves, sejam nativas, urbanas e até mesmo as ameaçadas de extinção. Das espécies identificadas, 11 estão ameaçadas de extinção

 

“A avaliação é de que, apesar dos impactos, a região oferta ainda habitat para grandes populações de animais”, comemora o superintendente de Meio Ambiente da Codesp, Maurício Gaspar. O entorno do Porto de Santos é rico em manguezais, dominado por espécies vegetais típicas, às quais se associam outros componentes da flora e da fauna, micro e macroscópicos, adaptados a um substrato periodicamente inundado pelas marés, com grandes variações de salinidade. Manguezais são inquestionavelmente considerados como um dos ecossistemas mais produtivos do planeta.

Foram avistadas na região tanto espécies características dos ambientes locais como também pássaros que migram para as áreas costeiras durante, pelo menos, uma fase do ciclo de vida. Elas são de ambientes aquático, terrestre e arborícola. Este último tipo é predominante, pois a maioria das espécies utiliza as árvores como poleiros. Mas até mesmo as espécies independentes de ambientes florestais usam as árvores, e também mastros de barcos, píers e outras estruturas construídas pelo ser humano. Um exemplo desse uso foi verificado pela águia-pescadora que, além das árvores, usa as estruturas de alvenaria mais elevadas da área portuária como poleiro estratégico para sua alimentação (pesca).

Em atendimento às exigências da Licença de Operação do Porto de Santos, a Codesp mantém outros programas ambientais. É preciso garantir que todas as instalações portuárias, além das embarcações, estejam em conformidade com os parâmetros legais de emissão de poluentes e armazenamento e operação com produtos de risco.

A atividade portuária implica em diversos tipos de impactos ambientais ao ecossistema em que está envolvido. Para minimizar esses impactos, são exigidos estudos para a implantação de novos terminais, com propostas de medidas mitigadoras e compensatórias.

“É importante ressaltar ainda que foi verificado que há outras ocupações, irregulares, que invadem e adentram as áreas dos manguezais. Essas crescem em um ritmo muito mais acelerado do que as obras de expansão portuária e representam um risco talvez mais significativo de ameaça à manutenção do ecossistema de manguezal na região, uma vez que ocorrem de forma desordenada e sem o devido licenciamento e acompanhamento ambientais”, completa Gaspar. A fiscalização destas não é de competência da Codesp.

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