Movimentação portuária brasileira cresceu 2,7% em 2018


Expectativa é que os portos e terminais do país movimentem 1,156 bilhão de toneladas em 2019, crescimento de 3,5% em relação ao ano passado

A movimentação dos portos públicos e terminais privados brasileira cresceu 2,7%, em 2018 em comparação a 2017, totalizando 1,117 bilhão de toneladas. “Quando a comparação compreende o período 2010/2018, o crescimento da movimentação de cargas atingiu 33%”, observa o gerente de Estatística e Avaliação de Desempenho da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), Fernando Serra. A expectativa é que os portos e terminais do país movimentem 1,156 bilhão de toneladas de cargas em 2019, representando crescimento de 3,5% em relação à movimentação do conjunto das instalações portuária brasileiras no ano passado.

Considerando o perfil da carga, os granéis sólidos representaram 64% da movimentação total das instalações portuárias brasileiras em 2018, com 712 milhões de toneladas movimentadas. Já a movimentação de contêineres somou 112,8 milhões de toneladas, representando crescimento de 4,8% em relação ao total movimentado desse tipo de carga em 2017, e 52% na comparação do período 2010/2018.

A Antaq produz as estatísticas do setor aquaviário desde 2004. A partir de 2010, sua base de dados passou a contar com estatísticas de todas as instalações portuárias do país e, “hoje, são referência nacional e internacional em termos de dados do setor”, mencionou Serra.

Portos públicos

No ranking de movimentação dos portos públicos, o Porto de Santos liderou as estatísticas de movimentação com 107,5 milhões de toneladas de mercadorias, seguido do Porto de Itaguaí (RJ), com 56 milhões de toneladas, e do Porto de Paranaguá (PR), com 48,5 milhões de toneladas. Rio Grande (RS), com 27,2 milhões de toneladas de carga, e Suape (PE), com 23,4 milhões de toneladas, completaram a lista dos cinco portos públicos brasileiros de maior movimentação em 2018.

O documento da Antaq também destaca as seguintes instalações portuárias em 2018: o terminal de uso privado (TUP) de Ponta da Madeira, em São Luis (MA), responsável por quase um quinto da movimentação total do país (198 milhões de toneladas, predominantemente minério de ferro); o Porto de Itajaí (SC), que apresentou crescimento de 123% na cabotagem de contêineres (aumento de 158.338 TEUs em relação a 2017); o Porto do Itaqui (MA), com crescimento de 17% em relação ao ano anterior, totalizando 22,3 milhões de toneladas, sendo 44% granel agrícola, com destaque para soja; e o Porto do Açu. Embora este TUP tenha iniciado suas operações apenas em 2015, em três anos (2015/2018) sua movimentação (combustíveis) cresceu 158%, somando mais 6,6 milhões de toneladas movimentadas em relação a 2017.

Na movimentação por tipo de navegação, os dados da Antaq mostram que a navegação de longo curso movimentou 823 milhões de toneladas de cargas, o que representou crescimento de 32% no período 2010/2018. Já a navegação de cabotagem (navegação entre portos do país), movimentou 229 milhões de toneladas, um crescimento de 26% no período 2010/2018, enquanto na navegação interior, a movimentação atingiu 61 milhões de toneladas, apresentando 105% de crescimento em igual período.

Liderança na região Norte

O Porto do Itaqui cresceu 17%, em 2018, superando os percentuais dos maiores portos públicos do Brasil, como o Porto de Santos (0,87%), Itaguaí (6,98%), Paranaguá (6,51%), Rio Grande (3,8%) e Suape (-0,83%). Em 2017, o porto maranhense cresceu 11,89% e movimentou 19,1 milhões de toneladas. Os índices de crescimento do porto foram anunciados pela Antaq.

Com o crescimento, o Itaqui não apenas teve destaque em movimentações de cargas entre os portos públicos do Brasil, mas se consolida como um dos mais importantes do Norte e Nordeste. Foram 22,3 milhões de toneladas de cargas em 2018. “Os dados confirmam a performance diferenciada do Itaqui em 2018 e refletem o trabalho da equipe que, nos últimos quatro anos, tem se empenhado para fazer do porto uma referência nacional em gestão portuária”, declarou o presidente da Empresa Maranhense de Administração Portuária Emap, Ted Lago, durante o evento de comemoração do 17º aniversário da Antaq e apresentação do anuário em Brasília.

Outro grande destaque se refere à movimentação de soja. Principal exportador de soja, milho e farelo do Arco Norte do Brasil, Itaqui consolida sua liderança com movimentação de 8,5 milhões de toneladas de soja em 2018. Com essa marca, o Itaqui passa a ocupar o chamado top 3 dos portos que mais exportam soja no país. O crescimento de 38,61% na movimentação desse tipo de carga também foi maior que o desempenho de Santos (12%) e de Paranaguá (34%), primeiro e segundo lugar, respectivamente.

Com o início das obras da segunda fase do Tegram, a previsão é de elevar a capacidade do Itaqui para 14 milhões de toneladas. “Somadas a mais 4 milhões de toneladas do terminal da VLI, garantirá um volume mais do que suficiente para sustentar o crescimento e nos aproximar ainda mais dos maiores portos do Brasil ”, afirmou Ted Lago.

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