Oceanógrafos celebram 10 anos de regulamentação profissional


Julho de 2018 marcou uma década da conquista mais importante da categoria, que cada vez mais insere conhecimentos técnicos em ambientes portuários

O mês de julho foi de comemoração para os oceanógrafos brasileiros. No dia 31, eles celebraram 10 anos da regulamentação da sua profissão, uma luta que levou mais de 30 anos, com a sanção da Lei 11.760, e que envolveu um grande contingente de profissionais, muitos deles intimamente ligados ao setor portuário. É cada vez maior o número de oceanógrafos envolvidos em programas ambientais desenvolvidos em portos e terminais.

Também tem sido muito comum a participação desse profissional em projetos de dragagem e derrocagem, simulações de navegação, implantação de sistemas de oceanografia operacional, entre outros de não menos importância nas operações portuárias. “A complexidade da formação de um oceanógrafo envolve uma diversificada gama de conhecimentos interdisciplinares e aspectos importantes para o setor portuário, que lida diariamente com as intempéries oceanográficas e meteorológicas, sem aqui considerar os aspectos ambientais”, comenta o oceanógrafo Fernando Luiz Diehl.

As empresas do Grupo Acquaplan, do qual Diehl é sócio fundador, são bons exemplos de como a oceanografia atua nesses ambientes. Desde 2004, as empresas vêm lidando com o desenvolvimento de estudos de impactos ambientais para o licenciamento de obras de instalações e infraestrutura portuária e de estaleiros.  “Entre nossos colaboradores, temos um grupo grande de oceanógrafos envolvidos nesses projetos, que são amplos e lidam desde o monitoramento ambiental, sob diversos aspectos, até dados específicos como os sistemas de oceanografia operacional, que preveem eventos climáticos extremos e contribuem com as operações logísticas de portos e terminais”, explica Diehl.

Simulações de manobra

Umas das competências dos oceanógrafos do Grupo Acquaplan que atuam na área portuária se concentra no Centro de Simulações Marítimas – Acquasim. Eles elaboram uma série de cenários de navegação em um moderno simulador. Obtido junto à conceituada empresa holandesa Force Technology, o equipamento viabiliza detalhes de qualquer ambiente portuário.

“Os conhecimentos em oceanografia física e navegação nos permitem disponibilizar, aos clientes, cenários reais de navegação e atracação, oferecendo eficiência nas operações de manobra em qualquer condição climática”, explica o sócio da Acquadinâmica e atual presidente da Associação Brasileira de Oceanografia (Aoceano), João Thadeu de Menezes.

Em 2017, o simulador do Acquasim foi selecionado pela Diretoria de Portos e Costas da Marinha do Brasil como polo na região sul para a realização de cursos certificados para oficiais da Marinha Mercante. A seleção se deu pelo realismo virtual diferenciado em relação aos simuladores já existentes no Brasil.

Oceanografia operacional

Outra atribuição dos oceanógrafos do Grupo Acquaplan está nas operações do Simport (Sistema de Oceanografia Operacional), capaz de prever e monitorar ocorrências climáticas extremas, aprimorando o planejamento das operações portuárias e de navegação em qualquer ambiente costeiro. Sistemas de oceanografia operacional são fundamentais para a coleta de dados e a previsão de fenômenos meteorológicos e oceanográficos.

O conhecimento em tempo real das condições das ondas, marés, correntes e ventos, bem como as ferramentas de previsão (modelos numéricos) permitem o planejamento e a execução de manobras de aproximação, atracação e desatracação de navios de maneira mais ágil, segura e eficiente, reduzindo os riscos e aumentando a segurança e o retorno financeiro das operações. /

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