Representatividade feminina com graduação atinge 87% no Porto de Fortaleza


A participação de mulheres no setor portuário vem crescendo a cada ano e um diferencial relevante no Porto de Fortaleza é que 87% do quadro femino possui no mínimo um graduação, contra 43% do efetivo masculino. Além do posto mais alto, presidência, ocupado
por uma mulher, elas também estão presentes em 08 das 14 coordenadorias, uma representatividade expressiva da ordem de 57,14%.

Essa busca constante por capacitação, somada a habilidades comportamentais, desenvoltura, flexibilidade, resiliência e proatividade, vem fazendo a diferença nas mais diversas profissões ocupadas por mulheres que, em alguns casos, ainda encontram tempo e colocam um sorriso no rosto para exercer o lado de mãe, esposa, filha e ainda cuidar de si. Em nome de todas essas portuárias guerreiras, a Companhia Docas do Ceará presta homenagem pelo Dia Internacional da Mulher, comemorado em 08 de março.

Juntas, as mulheres que hoje trabalham no prédio administrativo do Porto de Fortaleza somam 31 profissionais, das quais 08 estão à frente das coordenadorias de Compras e Licitações; Gestão e Negócios; Jurídica; Controle e Planejamento Estratégico; Comunicação; Administrativa e Recursos Humanos; CVT Portuário e Auditoria Interna. Desse total das mulheres portuárias, 24 possuem alguma graduação e 03 contam também com pós-graduação e/ou Master in Business Administration (MBA). Uma tendência que reflete também no cenário nacional do setor, onde, segundo levantamento do Ministério da Infraestrutura, atuam 864 mulheres. No geral, elas representam 389 pessoas ou 34% em
relação ao homens ou 44% do total de mulheres com superior completo e 263 pessoas ou 36% em relação aos homens e 29% do total de mulheres com pós-graduação, mestrado ou doutorado.

O planejamento profissional e na vida pessoal sempre fez a diferença para a engenheira Mayhara Chaves (36), que desde junho de 2019 ocupa o cargo de diretora-presidente na Companhia Docas do Ceará. Mãe do pequeno Davi de quase 3 anos, ela vem imprimindo uma gestão técnica reconhecida por outros presidentes de portos, instituições ligadas ao setor e o Ministério da Infraestrutura, ao qual a CDC está ligada diretamente. Reconhecimento esse baseado na capacitação constante. Formada em Engenharia de Produção na Faculdades Integradas Espírito Santense (FAESA), Mayhara fez pós-graduação em Logística Empresarial pela FAESA, MBA em Gerenciamento de Projeto pela Fundação Getúlio Vargas e atualmente está cursando mestrado em Logística e Gestão Portuária pela Universidade Politécnica de Valência, na Espanha.

A gestão em resultados lhe rendeu dois convites para presidir a Associação Brasileira de Entidades Portuárias e Hidroviárias (ABEPH) e o Conselho Feminino do Fórum Brasil Export, ambos de forma voluntária. E as responsabilidades nessas novas ocupações – a primeira desde junho de 2020 e a segunda assumida em fevereiro deste ano – são muitas. “Eu sempre dou o meu melhor por onde passo, pois sei da importância de ser referência num setor com forte presença masculina. Perseverança, persistência, capacitação e o feeling feminino contribuem também, sem dúvida, para alçarmos voos maiores. Acredito que o bom profissional, seja ele mulher ou homem, sempre terá espaço no mercado de trabalho. Juntos, podemos somar resultados e fazer a diferença na vida de muitas pessoas”. Para a diretora-presidente da CDC, o 8 de março reforça que podemos chegar aonde quisermos.

A capacitação constante é também um diferencial de Dalila Ferreira (33), formada em Letras e Inglês e atualmente cursando o 3º semestre de Comércio Exterior. Perto de completar quatro anos na Companhia Docas do Ceará, ela integra uma equipe de três mulheres no setor de Faturamento, que conta também com dois estagiários: uma mulher e um homem. “Procuro estar sempre me especializando. Eu sinto necessidade de conhecimento e o curso
em andamento abriu um leque de visão sobre a logística internacional para a minha bagagem profissional. Hoje não me imagino em outro local de trabalho. A experiência no porto é apaixonante”, fala com entusiasmo Dalila. No seu setor, revela, a equipe está sempre um passo à frente, pois caso haja algum imprevisto o trabalho não ficará comprometido.

Funcionária concursada desde 2007, Juliana Alcântara Forte (32) já teve a oportunidade de vivenciar diversas experiências na sede administrativa do Porto de Fortaleza. Ela começou trabalhando no Protocolo, depois passou pela Recepção, Compras, Administração, Recursos Humanos, Faturamento e, desde 2015, atua como apoio do Gabinete da Presidência e também como secretária do Conselho de Administração (Consad). “A função mais desafiadora, que exigiu conhecimento, confiança e discrição foi a que estou exercendo até
hoje”, revela. Na visão de Juliana, a mulher vem ganhando espaços importantes no setor portuário e o fato de poder acompanhar diretamente a gestão de uma presidente mulher é inspirador. Mãe de duas crianças, Isaac (06) e Esther (04), ela diz que a carga de
responsabilidade aumenta quando se tem filhos, mas que tudo se torna prazeroso quando se gosta do que se faz.

Mesmo com um peso a mais no corpo de aproximadamente três quilos do colete com placa balística e da responsabilidade com a vida das pessoas e do patrimônio, o sorriso está sempre estampado no rosto da vigilante Miresquiciane Silva (35). Há dois anos e quatro meses ela trabalha no Porto de Fortaleza, revezando entre a sede administrativa e o Núcleo de Apoio Portuário (NAP). A paixão pela área começou quando foi trabalhar como segurança em eventos e a oportunidade surgida no porto mostrou que essa era a profissão que queria seguir. Embora porto e segurança ainda sejam duas áreas predominantemente masculinas, ela conta que nunca passou por preconceito por parte dos colegas. Pelo contrário, todos se ajudam. E a satisfação em traballhar no porto é que se sente acolhida e respeitada por todos.

Texto: Luciana Franco

 

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