“Comércio exterior do Brasil pode superar US$ 1 trilhão em 2024”, diz Jorge Viana


O Brasil pode vir a superar a marca de US$ 1 trilhão no fluxo de comércio exterior ainda em 2024. A avaliação é do presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportação e Investimentos (ApexBrasil), Jorge Viana, que recebeu na última semana, integrantes da Frente Parlamentar do BRICS para um almoço de trabalho, em Brasília.

Para alcançar essa meta ambiciosa anunciada pelo presidente da ApexBrasil, a corrente de comércio brasileira (exportação+importação) terá que registrar um desempenho muito acima da curva neste ano e no próximo.

No ano passado, o fluxo do comércio exterior totalizou US$ 607,704 bilhões (alta de 21,5% em comparação com 2021 e o maior número da série histórica iniciada em 1997), com exportações recordes no total de US$ 335,007 bilhões (crescimento de 19,3% sobre 2021) e importações igualmente as maiores da série histórica no montante de US$ 272,697 bilhões (incremento de 24,3% sobre o ano de 2021).

De janeiro a julho deste ano, o intercâmbio comercial brasileiro apresentou números ligeiramente inferiores àqueles registrados em 2022. As exportações somaram US$ 194,742 bilhões e as importações alcançaram a cifra de US$ 140,642 bilhões, perfazendo uma corrente de comércio de US$ 334,384 bilhões em sete meses.

Para alcançar a meta lançada pelo presidente da ApexBrasil, as trocas comerciais brasileiras terão que registrar no segundo semestre um desempenho superior àquele verificado entre janeiro e julho e, em 2024, superar com folga o total apurado em 2023.

O Perfil Bloco BRICS

Viana apresentou junto com técnicos da ApexBrasil estudos da agência sobre os BRICS, que reúne as economias emergentes Brasil, Rússia, índia, China e África do Sul. No encontro, Viana e parlamentares, como o presidente da frente, Senador Irajá Silvestre (PSD-TO) discutiram o cenário político e socioeconômico dos países envolvidos e as prioridades para a promoção comercial intrabloco. O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, também participou do encontro.

Jorge Viana destacou a importância da diplomacia para o desenvolvimento do fluxo do comércio exterior do Brasil e atração de investimentos. “Isso é fruto do trabalho do governo Luiz Inácio Lula da Silva, que voltou a exercer a chamada diplomacia presidencial. Temos a diplomacia clássica, que estamos trabalhando com o Itamaraty, e trabalhando para dentro para apoiar as empresas a exportarem mais, mas a diplomacia presidencial é o maior combustível para ampliar o fluxo do comercio exterior”, comentou.

A força dos bloco

“Os BRICS representam aproximadamente 21% do PIB mundial, mais de 40% da população do mundo e, em setores como o agrícola, 45% da produção mundial”, comentou Viana. “O peso do grupo no cenário mundial é evidente e buscamos, com as ações da ApexBrasil, estimular o adensamento das relações comerciais, investimentos e produção de inteligência para que nossas empresas possam obter ganhos”.

Viana disse ainda que os mercados dos países do BRICS trazem oportunidades, conforme aponta o recém-publicado Perfil BRICS, estudo realizado pela gerência de Inteligência de Mercado da agência.  O estudo identificou 1.858 oportunidades nas exportações brasileiras para o bloco, abrangendo uma grande variedade de bens, como proteína animal, alimentos processados, rochas ornamentais, plásticos, couro, produtos químicos, entre outros (PDF do estudo anexo). Acesse os demais estudos da ApexBrasil aqui.

O documento aponta também a posição dos países membros no fluxo comercial brasileiro: China (1º), Índia (5º), Rússia (14º) e África do Sul (42º).  Quanto aos investimentos, os países do BRICS destinaram somente 1% dos seus investimentos estrangeiros diretos ao Brasil em 2021, o que, segundo Viana, é um desafio que está na pauta dos trabalhos a serem desenvolvidos. “Em novembro realizaremos mais uma vez o BIF – Brasil Investment Forum, o maior evento voltado para investimentos no Brasil que a ApexBrasil realiza anualmente”, reforçou.

Frente Parlamentar

Frente Parlamentar BRICS tem o objetivo de fortalecer as relações entre os países membros do grupo e propiciar a aproximação com os representantes do Congresso. Entre seus objetivos está o acompanhamento da legislação e das políticas que envolvam o bloco e a promoção do intercâmbio com parlamentos dos demais países membros.

“Vamos passar por um novo fluxo de crescimento, um novo período de expansão”, disse Viana. “Vamos para onde? Para US$ 1 trilhão? Com a volta do Brasil ao palco internacional e com crescimento isso é possível, e temos que trabalhar nesse sentido”. Ele lembra que a ampliação do comércio exterior gera emprego mais bem remunerado e melhores condições para as empresas. “É nesse sentido que a ApexBrasil, que tem competência para isso e tem 20 anos de existência, quer colaborar”.

Para Jorge Viana, a volta de Lula e a ação do Congresso, com a diplomacia parlamentar na mesma sinergia que o Executivo, vai ajudar o Brasil a crescer sua participação no comércio com os BRICS.

Fonte: Comex do Brasil

Anterior Novo PAC projeta R$ 69,1 bilhões para os setores de portos, aeroportos e hidrovias
Próximo Leilão de terminais portuários arrecada R$ 208 milhões em outorgas